O que é Ventosaterapia?

A ventosaterapia é uma técnica milenar de medicina alternativa que emprega ventosas. A técnica consiste em acender líquido inflamável dentro de copos redondos de vidro. Uma vez que a chama se apaga, forma-se um vácuo parcial no interior do copo. A diferença entre a pressão interior e exterior acaba por gerar uma força de sucção, estimulando o fluxo sanguíneo e deixando os círculos vermelhos, que desaparecem entre três e quatro dias.

Não existe um consenso na literatura sobre o beneficio dessa técnica, mas os atletas recreativos e competitivos relatam melhora das dores musculares e recuperação da fadiga pós treino  e competições.

 

Daniela Imoto
Fisioterapeuta da Clínica Move

“No pain no gain”, isso é verdade?!

A dor tem sido difundida como um fator inerente ao esporte e ao ganho de resultado, seja massa muscular, performance ou qualquer outro aspecto físico, e até mesmo mental.

Várias pessoas usam a frase “no pain no gain” como um estímulo para os seus treinos. Entretanto, devemos ter muito cuidado com essa ideia difundida na cultura popular do esporte e das academias. Dor muscular tardia, uma condição fisiológica de desconforto muscular no dia seguinte ao treino é uma condição dolorosa normal e esperada após uma sessão mais intensa de treino ou retorno ao esporte/atividade física. No entanto, dor durante a execução do movimento ou dor persistente logo apos a atividade física liga um sinal de alerta!

Sabemos que o esporte de alto rendimento as vezes é deletério em alguns aspectos da saúde geral. Os atletas profissionais são forçados ao limite e o histórico de lesões pode deixar o atleta numa condição de ter sempre que superar a dor durante o decorrer da carreira. Mas não devemos generalizar isso para todos os praticantes de atividade física e esportistas. Se algo esta desconfortável durante a execução do movimento, uma analise mais individualizada deve ser feita. Correção de gesto esportivo, controle de carga, analise dos aspectos clínicos, nutricionais e fisiológicos, inúmeros aspectos passíveis de análise e correção, que podem ser gerenciados pelo Médico do Exercício e do Esporte e trabalhados em equipe.

Quando a dor se torna persistente, o que chamamos dor crônica, pode ser necessário uma intervenção. Para isso, há inúmeras ferramentas para otimizar a recuperação:

  • Eletroacupuntura
  • Agulhamento a seco
  • Terapia por ondas de choque
  • Infiltrações com técnicas e medicamentos variados, como a toxina botulínica

 

No final, tudo depende de uma boa analise inicial do Médico do Exercício e do Esporte e o trabalho em equipe com outros profissionais.

Então, “no pain no gain” não deve ser uma premissa levada a rigor. O que observamos é que muitos atletas, principalmente os amadores, tentam superar dores que seriam passíveis de correção caso houvesse uma analise mais detalhada da origem da dor e a orientação ou intervenção adequada. Mesmo para os atletas de alto rendimento e com histórico já crônico de lesões, também pode haver recurso para que o transcorrer da carreira não tenha que ser pautado somente na frase “no pain no gain”.

 

Dr. Marcelo Machado Arantes.

Médico do Exercício e do Esporte, com especializações em Dor e Acupuntura da Clínica Move

PALESTRA: Biomecânica da Corrida – entenda as principais fontes de lesão

Para você, corredor, que quer entender quais são os principais erros de movimento durante a corrida e como isso pode influenciar em sua performance e lesão, essa palestra explicará, de forma simples e através de exemplos práticos, qual a biomecânica correta da corrida, fornecendo maior consciência para a prática adequada do esporte.

Público alvo: praticantes de corrida

Inscrição: 1Kg Alimento (arroz, feijão ou macarrão) que serão doados para o Lar Nossa Senhora Aparecida.

Data: 13/04 – 10h às 12h


No dia da palestra terá o sorteio de uma
Avaliação Biomecânica!

    Para que a inscrição seja efetuada é necessário preencher este formulário abaixo:

    Nome Completo (obrigatório)

    CPF (Obrigatório)

    E-mail (obrigatório)

    Celular

    Pratica corrida regular?

    Já teve lesão na corrida?

    Tem dor atualmente para correr?

    Como ficou sabendo do Workshop?

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    Ministrante: Juliana Thomé Gasparin

    Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em Reeducação Funcional da Postura e Movimento pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Mestre em Ciências pelo Programa de Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP. Atuou como supervisora responsável pelos ambulatórios de Neurologia, Reumatologia, Esporte, Urofuncional e Gastroenterologia dos cursos de especialização em fisioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, sendo responsável pelas atividades acadêmcas vinculadas aos seus ambulatórios e aos cursos de Reeducação Funcional da Postura e Movimento, Gerontologia e Saúde da Mulher. Também atuou como supervisora da Liga de Reeducação Funcional da Postura e Movimento do HCFMUSP. Atualmente trabalha com avaliação biomecânica funcional e atendimento clínico de pacientes com queixas musculoesqueléticas.

    Para dúvidas e maiores informações escreva para juthome21@gmail.com

    Clique aqui e conheça mais sobre o Lar Nossa Senhora Aparecida.

    O que é RED-S?



    Saiba como essa síndrome pode afetar a performance e saúde de um atleta

    A tríade da atleta feminina é uma síndrome conhecida pelos  Médicos do Esporte e técnicos, e se caracteriza por uma combinação de baixo aporte energético, ausência de menstruação e enfraquecimento do tecido ósseo, que pode levar a osteoporose. No entanto, de acordo com um consenso médico mais recente,  a tríade hoje é considerada apenas uma pequena parte de um problema maior, conhecido no meio científico como RED-S.

    Relative Energy Deficiency in SportRED-S é o desequilíbrio  entre o aporte calórico necessário e o gasto energético durante a prática de esporte.

    Essa síndrome não distingue gênero feminino ou masculino, e acontece porque muitas vezes o atleta acredita que vai melhorar a sua performance se conseguir baixar o seu peso, por meio de uma restrição alimentar aliada  a aumento no volume de treino.  Esse padrão acaba gerando um efeito oposto, já que a  RED-S provoca um comprometimento da saúde e performance a curto e  longo-prazo. Atletas que tem baixa disponibilidade energética podem desenvolver:

    • deficiências nutricionais
    • alterações hormonais (como a ausência de menstruação)
    • fadiga crônica
    • maior risco de infecções
    • diminuição da capacidade aeróbia e força muscular
    • redução da coordenação motora do gesto motor
    • alterações do sono

    A manutenção crônica dessa deficiência energética implica também em alterações tardias no sistema cardiovascular (por alteração dos lípides e disfunção do endotélio – a parede dos vasos), na redução da síntese proteica, osteoporose e lesões nos tendões e músculos

    Portanto, alguns pontos devem ser bem claros para os atletas profissionais e recreativos para evitar o surgimento da RED-S:

    1. A falta da menstruação na atleta feminina NÃO é uma situação normal de treino, pode ser um primeiro sintoma da síndrome RED-S.
    2. Se o volume de treino aumenta durante a temporada, o aporte energético também deve subir, para se manter um balanço energético adequado.
    3. Atenção para treino exagerado e contínuo, sem fases regenerativas.
    4. Cuidado ao se perseguir um biótipo ideal para melhorar a performance. Muitas vezes o peso absoluto final não pode ser o principal fator determinante da performance. A perda de peso excessiva pode implicar em perda de força e, consequentemente, de performance.

    Portanto, fique atento ou atenta se o seu rendimento começar a cair de forma inexplicada. Você pode estar iniciando uma Síndrome RED-S.

    Saiba Mais, clique aqui e baixe o pdf: 

    Dra. Fernanda Lima
    Médica da Clínica Move



    Quando poderei voltar a praticar o meu esporte?

    Você já deve ter perguntado para algum médico ou fisioterapeuta: “Quando poderei voltar a jogar, correr ou a praticar o meu esporte?” Provavelmente, sim!!! Posso afirmar que essa resposta não é nada fácil de ser respondida. Ai, você pensa… Lá vem ele falar de um monte de informação e me confundir mais do que ajudar. Realmente, por ser uma resposta complexa temos muitos fatores envolvidos.

    Em 2016 em uma conferencia mundial de reabilitação reuniram-se vários pesquisadores da área e criaram um consenso sobre essa decisão.

    https://bjsm.bmj.com/content/bjsports/50/14/853.full.pdf

    Nós estamos longe de ter todas as respostas, mas, já estamos organizando critérios claros para organizarmos o seu retorno. E a palavra “CRITÉRIO” é chave nessa decisão. Quando criamos critérios precisos conseguimos que o esportista e o atleta tenham noção em que fase estão e onde querem chegar.

    Vamos agora entrar em um ambiente mais técnico da decisão de retorno ao esporte.
    Muitas vezes a midia ou nos mesmos nos perguntamos em quanto tempo vamos voltar, e a melhor resposta é “ DEPENDE”. Depende literalmente de você:

    •  Qual o nível de condicionamento você está no momento da lesão?
    • Qual o nível você está no momento da reabilitação?
    • Qual o nível você deseja participar nos esportes?

    Esse mesmo consenso traz algumas imagens interessantes para entender que retornar ao esporte é uma fase intermediaria a voltar a ter resultados. Para o médico/fisioterapeuta, para o atleta/esportista e para o treinador retornar pode ter diferentes significados. Você pode querer apenas jogar uma bola de qualquer jeito no final de semana, mas você também pode querer jogar bola e perder peso, melhorar sua força, condicionamento ou até mesmo sua técnica.

    Retornar em um menor tempo parece traduzir que o tratamento foi excelente, pode até ser.
    Mas hoje em dia temos que verificar se ao longo daquela temporada, que você esta voltando, você teve ou terá outras intercorrências que possam estar associadas a lesão inicial. E essa última dúvida tem uma resposta simples, “SIM” lesões novas ou “relesões” estão associadas as lesões prévias e a reabilitação moderna e de qualidade tenta relacionar tudo isso e minimizar a causa base ou inicial.

    Por isso, retornar ao seu esporte para mim, e para a Medicina do Esporte, é aquele momento onde temos a convicção de que você esta apto a desempenhar seu esporte de maneira segura, com menor riscos possível, e se você treinar, se alimentar e descansar adequadamente em pouco tempo seus resultados virão. Boa sorte e bons treinos!

    Dr. Felipe Hardt
    Medico do Exercício e Esporte da Clínica Move

    Cuidados com a saúde

    A cardiologista da Clínica Move, Dra. Luciana Janot, participou do programa Canal Livre da Band na semana passada. Alguns dos assuntos abordados foram: a importância dos exercícios físicos e da alimentação para o controle de doenças cardiovasculares, a importância da medicina preventiva antes de iniciar exercícios físicos e problemas cardíacos em crianças.

    Confira a entrevista:

    Parte 1 – https://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=61974&id=16597053&t=cuidados-com-a-saude-%E2%80%93-parte-1

    Parte 2 – https://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=61974&id=16597054&t=cuidados-com-a-saude-%E2%80%93-parte-2

    Parte 3 – https://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=61974&id=16597052&t=cuidados-com-a-saude-%E2%80%93-parte-3

    Tratamento farmacológico para Obesidade

    O tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar e tem como alicerce a modificação do estilo de vida, com dieta saudável, aumento da atividade física e mudanças comportamentais. Infelizmente, o percentual de pacientes que não obtêm resultados satisfatórios com medidas conservadoras é alto; nesses casos o uso de medicamentos deve ser considerado.

    O tratamento farmacológico deve ser implementado como adjuvante da modificação dos hábitos de vida relacionados com orientações nutricionais para diminuir o consumo de calorias na alimentação e exercícios físicos para aumentar o gasto calórico. O tratamento farmacológico não deve ser usado como tratamento na ausência de outras medidas não farmacológicas, pois não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que não envolva mudança de estilo de vida.

    Tudo deve ser individualizado, sob supervisão médica contínua e mantido enquanto seguro e efetivo. A escolha do tratamento deve basear-se na gravidade do problema e na presença de complicações associadas. Os medicamentos recomendados para tratamento da obesidade no Brasil devem ser prescritos por médico especialista capacitado e bem informado sobre o produto, considerando os possíveis riscos do medicamento em relação aos potenciais benefícios da perda de peso para cada paciente.

    Os medicamentos para tratamento da obesidade não devem ser prescritos durante a gestação e a amamentação. A prescrição de múltiplos princípios ativos para manipulação em uma única cápsula deve ser evitada, pois podem causar interações medicamentosas imprevisíveis por alterar a farmacocinética e a biodisponibilidade dos seus componentes.

    Fórmulas contendo associação medicamentosa de substâncias anorexígena entre si ou com ansiolíticos, diuréticos, hormônios ou extratos hormonais e laxantes, também podem ser potencialmente prejudiciais.

    É importante determinar metas de perda de peso realistas mas significativas. Embora a perda de peso sustentada de 3% a 5% do peso já possa levar a reduções significativas em alguns fatores de risco cardiovasculares, perdas de peso maiores produzem maiores benefícios.

    Uma meta inicial de perda de 5% a 10% do peso inicial em 6 meses é factível. Vale ressaltar que o tratamento farmacológico da obesidade não cura a obesidade, que é uma doença crônica que tende a recorrer após a perda de peso. Por isso, pessoas obesas devem ter contato em longo prazo com profissionais de saúde com experiência no seu tratamento (endocrinologistas, nutricionistas, educadores físicos e psicólogos).

    O tratamento farmacológico pode ser mantido mesmo após a chegada ao peso ideal, para evitar o reganho. Após a perda de peso, ocorrem uma série de alterações hormonais e metabólicas que favorecem o aumento do apetite e a redução do gasto metabólico, tornando a fase de manutenção tão ou até mais difícil que a de perda. Ignorar essa fase e suspender precocemente o tratamento pode ser um erro que leve ao reganho de peso.

    É importante você procurar um médico endocrinologista para ajuda-lo nesse processo!

     

    Dra. Mirela Miranda

    Endocrinologista da Clínica Move

    PALESTRA: Biomecânica da Corrida – entenda as principais fontes de lesão

    INSCRIÇÕES ENCERRADAS!

    Para você, corredor, que quer entender quais são os principais erros de movimento durante a corrida e como isso pode influenciar em sua performance e lesão, essa palestra explicará, de forma simples e através de exemplos práticos, qual a biomecânica correta da corrida, fornecendo maior consciência para a prática adequada do esporte.

    Público alvo: praticantes de corrida

    Inscrição: 1Kg Alimento (arroz, feijão ou macarrão) que serão doados para o Lar Nossa Senhora Aparecida.

    Data: 08/12 – 10h às 12h

    No dia da palestra terá o sorteio de uma Avaliação Biomecânica!

     

    Ministrante: Juliana Thomé Gasparin

    Fisioterapeuta graduada pelo Centro Universitário São Camilo, especialista em Reeducação Funcional da Postura e Movimento pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Mestre em Ciências pelo Programa de Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP. Atuou como supervisora responsável pelos ambulatórios de Neurologia, Reumatologia, Esporte, Urofuncional e Gastroenterologia dos cursos de especialização em fisioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, sendo responsável pelas atividades acadêmcas vinculadas aos seus ambulatórios e aos cursos de Reeducação Funcional da Postura e Movimento, Gerontologia e Saúde da Mulher. Também atuou como supervisora da Liga de Reeducação Funcional da Postura e Movimento do HCFMUSP. Atualmente trabalha com avaliação biomecânica funcional e atendimento clínico de pacientes com queixas musculoesqueléticas.

    Para dúvidas e maiores informações: juthome21@gmail.com

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    O que são Fraturas por Estresse?

    As fraturas por estresse representam 20% das lesões por overuse no esporte e representam um importante limitador de performance durante uma temporada de competição de atletas recreativos e profissionais.

                Conceitualmente, a fratura por estresse engloba dois subtipos: as fraturas por fadiga e as fraturas por insuficiência.  Qual a diferença desses subtipos?

     

    • As fraturas por insuficiência são aquelas que acontecem mediante a aplicação de uma carga habitual em um osso frágil ou doente, como nos casos de osteoporose, tumor ósseo ou infecção local. Esse tipo de fratura é visto em indivíduos sedentários ou com doenças crônicas.
    • As fraturas por fadiga, o  osso afetado é saudável, mas sofre diante de uma sobrecarga mecânica ampliada e repetitiva, que não respeita os limites de readaptação fisiológica desse osso. Esse tipo de fratura  é em geral visto nas fraturas por estresse no esporte.

     

    E porque essa fadiga acontece?

    O osso responde a uma complexa combinação de  estímulos mecânicos de compressão, tensão e torção para produzir mais osso. Esses estímulos geram o que é chamado de  “microcrack” ou microfratura em resposta ao stress.  Essa reação fisiológica estimula as células ósseas locais a sintetizar microtrabéculas saudáveis e reparar a trabécula lesionada.  Esse é um processo contínuo e promove um aumento da densidade do osso,  quando o estímulo é adequadamente imposto, e respeita o ciclo de remodelamento.

                Se o estímulo é excessivo em intensidade ou frequência, há uma quebra nesse processo e o osso sofre uma fratura clínica.  Nesse caso o atleta vai sentir dor local que piora mediante o estímulo físico do gesto esportivo que motivou a lesão.

                Uma vez que o médico do esporte ou ortopedista suspeitam que a lesão possa ser uma fratura de estresse, é fundamental estabelecer o local anatômico, as características e extensão da fratura, e  isso é feito por meio de métodos de imagem.

                Embora a radiografia simples seja um método de fácil acesso para essa situação, nem sempre as fraturas por estresse são detectadas por meio desse método. O método mais sensível e específico utilizado na prática clínica  é a Ressonância Magnética.

                As fraturas por estresse são classificas em baixo risco e alto risco. As de baixo risco apresentam uma ótima evolução,  e são tratadas com retirada da carga excessiva e reabilitação fisioterápica. As fratura alto risco são aquelas que estão instáveis ou desalinhadas, e  que tem propensão para não consolidar e. Em alguns casos essas fraturas precisam ser tratadas com uma imobilização mais prolongada ou eventualmente até com cirurgia.

                Noventa por cento das fraturas por estresse se localizam em quadril e membros inferiores, em especial no tornozelo e pés. Os esportes que mais estão relacionados com esse padrão de lesão são os esportes que utilizam a corrida de longa distância e os deslocamentos com saltos e pulos de repetição.

     

    Faz parte do tratamento avaliar se o atleta apresenta fatores de risco para uma nova fratura, como:

    • Revisar o gesto esportivo para ver se existe algum erro na técnica
    • Reprogramar o volume de treinamento esportivo com o treinador
    • Investigar alterações hormonais ou baixo aporte energético

    Os itens acima são exemplo de um check list que deve ser revisto antes de liberar o atleta para retomar o seu treinamento.  As atletas que apresentam disfunção menstrual apresentam um risco adicional, pois estão expostas a uma baixa de estrógeno, um importante hormônio de manutenção da saúde óssea.

     

    Em geral, o tempo total para a retomada às atividades normais após uma fratura de estresse é de 8-12 semanas, dependendo do esporte e da fratura em questão. Essa volta aos treinos deve ser feita de maneira gradual, com acréscimo monitorado de carga e sempre respeitando a ausência de dor como referencial para progressão.

    Dra Fernanda Rodrigues Lima
    Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

     

    Lesões mais comuns no Ciclismo

    Para entender a epidemiologia das lesões no ciclismo, é importante ressaltar alguns pontos. O ciclismo é um esporte que implica em alta velocidade (exigindo reflexos rápidos), presença de obstáculos e curvas desafiadoras. Somando-se a isso, o equipamento de proteção utilizado é bem restrito, apenas o  capacete. Portanto, temos uma combinação que favorece  lesões traumáticas. Na outra ponta, trata-se de um esporte aeróbio que se caracteriza por um gesto esportivo de repetição (pedalar) e de estabilização com uma total integração com um equipamento em cadeia fechada (bicicleta).

    As lesões traumáticas são mais frequentes no atleta profissional, até porque o tempo na bicicleta e o risco a que ele se submete é maior. No entanto, nas lesões por overuse, como já é visto na maioria dos esportes, há uma inversão desse padrão, e o risco é muito maior nos atletas recreativos.

                Do ponto de vista anatômico, as lesões traumáticas afetam predominantemente a membros superiores e cabeça.  As mais comuns são as erosões por raspagem no asfalto, as contusões e o traumatismo crânioencefálico (TCE). Vale ressaltar que com a introdução do uso do capacete  houve uma redução significativa da gravidade, tempo de internação nas Unidades de Terapia Intensiva  e óbitos relacionados ao TCE.

                As lesões por overuse são  mais comuns em coluna lombosacra e membros inferiores.

    Uma vez que  as lesões por overuse podem ser prevenidas,  é fundamental que o médico do esporte identifique os fatores de risco da lesão, e assim, diminua o risco do retorno da lesão. E quais são esses fatores? 

    • O histórico de lesões prévias
    • A idade do atleta
    • O aporte energético
    • E principalmente a integração da biomecânica do ciclista com o equipamento (que no meio é conhecido como bike fit).

    Talvez o fator mais marcante em lesões por overuse seja a má administração do volume de treino ou o chamado erro de treinamento. O que é isso? Trata-se do desequilíbrio  entre a carga aguda (aquela que aconteceu nos últimos 7 dias) com a carga cumulativa  (das últimas 4 – 8 semanas). Uma introdução abrupta de cargas agudas grandes pode gerar um desequilíbrio e deixar o atleta predisposto a lesões.

    Em termos de localização anatômica, o joelho é o mais afetado por overuse em ciclista, sejam os recreativos ou olímpicos, principalmente na região anterior (patela), isso ocorre pelo  movimento de flexo-extensão constante imposto pelo ato de pedalar.

                A dor na coluna lombosacra pode acontecer em função do tempo prolongado na bicicleta, principalmente  em ciclistas que tenham uma disfunção  de controle motor da flexão e estabilização lombar.

                Nos  pontos específicos de contato com a bicicleta, há um risco maior também de lesão por overuse. Os 3 pontos são o guidão, o pedal  e o selim.  O posicionamento inadequado do punho no guidão pode gerar uma compressão no nervo ulnar, levando a sintomas de formigamento e dormência nos dedos. O mesmo padrão pode acometer nos nervos interdigitais dos pés, em sofrimento por  uma sapatilha apertada ou taco mal posicionado.   Por fim, o contato prolongado de um selim de tamanho inadequado ou mal angulado pode gerar sintomas de atrito na região da virilha, promovendo foliculites ou erosões, bem como, uma compressão do nervo pudendo, gerando um adormecimento da região perineal.

    Embora seja um esporte que produza lesões traumáticas e por overuse, vale reafirmar que de longe, a sua prática adequada pode gerar mais benefícios a longo prazo do que riscos, como aumento da longevidade, diminuição de riscos de doenças crônicas como obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

     

    Dra. Fernanda Rodrigues Lima
    Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

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