A asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, caracterizada por uma obstrução à saída do ar devido ao estreitamento das vias aéreas (broncoespasmo).
Indivíduos com asma apresentam episódios recorrentes de chiado, falta de ar, opressão torácica e tosse, sobretudo à noite ou no início da manhã. Esses sintomas são reversíveis espontaneamente ou após tratamento com broncodilatadores ou outros medicamentos. Tais sintomas são geralmente desencadeados por irritantes (como fumaças, odores fortes e exercício), por aeroalérgenos (como ácaros e fungos) ou por infecções respiratórias (como gripe, resfriado ou sinusite).
A inflamação crônica da asma associada a crises frequentes, se não tratadas adequadamente, podem gerar um remodelamento das vias aéreas. Assim, a obstrução ao fluxo de ar, inicialmente reversível, pode evoluir para uma obstrução irreversível, com comprometimento da qualidade de vida.
AS CRISES
As crises da asma, chamadas exacerbações, são manifestações potencialmente graves da doença. O reconhecimento da crise pelo paciente, para que esta seja tratada precocemente, é fundamental. As causas mais comuns das exacerbações são: infecções virais e exposição a alérgenos ambientais. Poluição ambiental e exposição ocupacional também podem ser fatores precipitantes das crises. A manutenção do controle da asma reduz o risco de crises.
TRATAMENTO
Tratamento não medicamentoso
Para melhorar o controle da asma é importante evitar desencadeantes de crises. Estratégias que comprovadamente melhoram o controle da asma e reduzem a necessidade de medicação são: evitar a fumaça de cigarro; evitar medicações, alimentos e aditivos se forem sabidamente causadores de sintomas e evitar exposição a alérgenos no trabalho. Outras estratégias importantes são medidas de higiene domiciliar para evitar exposição a alérgenos e irritantes.
Tratamento medicamentoso
O tratamento deve ser ajustado de acordo com o estado de controle. A idéia é manter a quantidade mínima necessária de medicações que controlem a doença e evitem as exacerbações. Após o início dos medicamentos, a melhora dos sintomas costuma se dar em poucos dias, e é significativa; no entanto, os medicamentos não devem ser interrompidos uma vez que o controle foi alcançado, exceto se assim orientado pelo médico.
O controle da asma deve ser monitorado em intervalos regulares por um médico com base em informações clínicas e espirometrias.
Dra. Anna Miethke Morais
Pneumologista da Clínica Move
Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma – 2012