A corrida aumenta a chance de ter Osteoartrite (artrose) de joelho?

Especula-se que correr possa aumentar o risco de desgaste na cartilagem dos joelhos em função de uma carga maior nas articulações do que caminhar ou ficar em pé. Esse desgaste é conhecido como Osteoartrite (OA) ou Artrose.  No entanto, quando avaliamos as evidências científicas mais recentes, não há nada que embase essa teoria.

Como exemplo, um novo estudo, liderado pelo Dr. Mattew J. Hartwell, cirurgião ortopédico da Universidade da California, apresentado no Congresso Anual de 2023 da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS) trouxe mais luz sobre esse tópico. Nesse novo estudo, os pesquisadores entrevistaram 3.804 corredores que participaram da Maratona de Chicago em 2019 ou 2021 sobre seu histórico de corrida, quilometragem média por semana e ritmo médio de corrida. A pesquisa também perguntou sobre fatores de risco conhecidos para OA, incluindo IMC, histórico familiar de artrite e lesões anteriores no joelho e no quadril que impediram a corrida. Os corredores tinham, em média, cerca de 44 anos e corriam por volta de 45km por semana. Os participantes do estudo tinham em média 15 anos de experiência em corrida.

O estudo concluiu que a quilometragem, frequência e ritmo da corrida não estão associados a um risco aumentado de osteoartrite de joelho. Os corredores que tinham histórico de cirurgia no joelho ou quadril ou ainda, que tinham lesões prévias no quadril ou no joelho que impediam a corrida tinham mais probabilidade de ter OA.  Outros fatores associados ao risco de OA foi o de histórico familiar de OA, índice de massa corporal (IMC) mais alto e idade mais avançada.

Segundo o Dr. Hartwell, “Não pode haver, necessariamente, uma relação dose-resposta em que quanto mais você corre, mais degrada seu joelho ou quadril”. Em outras palavras, o volume de corrida por si só não é um determinante de risco para OA.

É óbvio que ainda são necessários mais estudos para refinar melhor o conhecimento sobre esse tópico e tentar agrupar melhor os corredores com mais risco futuro. No entanto, mais uma vez, é importante reforçar que já há evidências científicas abundantes mostrando que a prática regular de exercício físico previne e trata inúmeras doenças.  Portanto, temos que ter cuidado com matérias que induzam o leitor a achar que é melhor ele ficar sedentário, pois, do contrário, ele vai se lesionar. O exercício regular e bem dosado, afinal, é remédio.

Dra. Fernanda Rodrigues Lima
CRM: 62.333
@‌fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

Esporte e função renal: o que o atleta precisa saber para cuidar melhor da sua saúde renal.

Os rins são órgãos extremamente importantes, mas também muito negligenciados. Eles têm a função de excretar o excesso de água e metabólitos do organismo, de ajustar o pH, contribuindo para a manutenção da nossa homeostase e regulação da nossa pressão arterial. Eles são responsáveis pela excreção de metabólitos como creatinina e ácido úrico, bem como medicamentos e produtos químicos ingeridos no dia a dia.

Os rins também secretam hormônios, como a eritropoetina e a vitamina D, que também participam em inúmeras funções no organismo. Portanto, é inquestionável a importância de se preservar a saúde desse órgão.
Os esportes de endurance desafiam muito a função renal. Durante o exercício, a perfusão sanguínea é desviada para os músculos em ação. Esse “roubo sanguíneo” leva a uma redução do fluxo para os rins. Os glomérulos (unidades funcionais nos rins) ficam mais permeáveis e há um aumento da perda de hemoglobina e proteínas pela urina. No conjunto, essas alterações levam a uma situação de hipóxia (ou baixa oxigenação) para as células renais, aumentando o risco de lesão tecidual local.

Em treinos e provas longas, o atleta fica sob risco de se desidratar, o que piora mais ainda o fluxo renal já reduzido.
Adiciona-se ao que foi descrito acima, em situações de desgaste extremo, pode ocorrer uma situação chamada rabdomiólise, que é uma quebra maciça de fibras musculares. A rabdomiólise leva a um acúmulo de mioglobina (proteína muscular) nos rins, contribuindo com uma imensa sobrecarga para um órgão que, nessa situação de exercício intenso e prolongado, já está trabalhando no seu limite.

Um estudo prévio com maratonistas publicada na revista médica Nefrology (DOI 10.1111/j.1440-1797.2010.01354.x) mostrou que até 40% dos participantes apresentam uma creatinina aumentada, compatíveis com insuficiência renal aguda, no final de uma prova! Esses valores se normalizam em até 24h, como aparece na figura acima, mas ainda não se sabe o impacto tardio de episódios repetidos dessa carga de estresse renal.

Em modalidades com maratona e triatlo, é comum o atleta se medicar com antiinflamatórios com o objetivo de tolerar a dor do esforço ou evitar que uma lesão “atrapalhe” a prova. Essa estratégia não é recomendada e deve ser desaconselhada, pois os antiinflamatórios podem promover mais redução de fluxo sanguíneo renal já provocado por fatores mencionados acima, deixando esse atleta ainda mais exposto a uma falência renal aguda.

Portanto, para manter os rins saudáveis, é importante que o atleta faça a avaliação periódica da sua função e filtração renal com o seu médico do esporte ou clínico (com exames laboratoriais de sangue e urina); que evite uso de antiinflamatório durante situações de esforço extremo e/ou prolongado (exceto se recomendado e monitorado pelo seu médico); que mantenha uma hidratação ajustada (nem hiperhidratando e nem se desidratando) durante as provas.

Dra. Fernanda Lima
CRM: 62.333
@fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

O que é Distensão Muscular?

As Distensões Musculares estão entre as lesões esportivas mais comuns, e acontecem quando o músculo é esticado demais, gerando a ruptura de uma fibra, ou mesmo de até todo o músculo envolvido.

Normalmente, a distensão muscular ocorre quando é feito um esforço excessivo para realizar a contração muscular e pode acontecer durante uma corrida, jogos de futebol, vôlei, handebol ou qualquer outra modalidade esportiva. Também pode acontecer em pessoas que resolvem participar de uma atividade física no final de semana, ou mesmo durante atividades do dia a dia. Portanto, qualquer atividade que exija um esforço muscular pode provocar uma distensão muscular.

Vários são os fatores de risco, e entre eles: fadiga, técnica inadequada e falta de condicionamento físico. Os sintomas mais comuns são:
• dor no músculo acometido;
• fraqueza muscular;
• dificuldade de movimentar a região afetada;
• pode gerar hematoma e aumentar a temperatura local.

Nessas situações, o ideal é de imediato colocar gelo para reduzir a inflamação, e procurar serviço médico.
Embora as distensões musculares sejam muito incômodas, se der o tempo adequado para a cicatrização apropriada, essa lesão não deixa sequelas. Por isso, é importante iniciar a fisioterapia o mais precoce possível.
As sessões de fisioterapia são importantes para aliviar a dor, diminuir a inflamação (no início de lesão) e restabelecer a força e amplitude de movimento. São vários os métodos de tratamento utilizados, entre eles:
• liberação miofascial para a musculatura tensa ao redor da lesão;
• eletroterapia (para analgesia e cicatrização);
• reabilitação do local para restaurar a força e a amplitude do movimento.

Depois do diagnóstico, procure o fisioterapeuta para a realizar o tratamento da lesão e a orientação para o retorno das atividades físicas ou esportes.

Bárbara Hossni Espinhel – Fisioterapeuta da Clínica Move @fitfisio_360
Dra. Ana Lucia de Sá Pinto – Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move @analuciadesapinto

Existe como treinar a atenção dos atletas recreativos e profissionais?

A atenção é uma das capacidades cognitivas e ela pode ser treinada.

Existem 4 tipos Essenciais de Atenções  que podem afetar a performance ou mesmo aumentar os riscos de lesões  ostemioarticular em atletas recreativos ou competitivos.

São elas:

Atenção Sustentada

Capacidade de manter a atenção durante a atividade continua. Exemplo: o atleta estar focado durante toda a explicação tática do técnico.

 

Atenção Seletiva

Possibilita realizar uma tarefa na presença de estímulos distratores. Exemplo: o atleta não se distrai com informações irrelevantes,  como a torcida.

 

Atenção Dividida

Capacidade de dividir o foco em estímulos simultâneos. Exemplo: o atleta presta atenção em mais de uma  informação, como um atacante driblando o adversário e procurando um parceiro para fazer o passe.

 

Atenção Alternada

Permite executar tarefas que exijam mudanças rápidas no repertorio de respostas. Exemplo: um jogador de vôlei prestando atenção ora nas jogadas do adversário, ora nos passes do seu time.

 

É evidente que para trabalhar com cada um dos aspectos apresentados relacionados com a atenção em uma determinada situação tempos que considerar o modo como cada atleta lida, e, assim, um panorama geral cognitivo é um diferencial para determinar exercícios mais direcionados e adequados. Existem métodos para esta avaliação da cognição e, particularmente, da atenção,  assim, conseguimos verificar se ela está diminuída ou adequada. Depois da avalição os  exercícios são propostos para aumentar a atenção, o e consequentemente melhorar a performance e diminuir o risco de lesões.

Dra. Marina Cecchini – Psicóloga da Clínica Move @marina_cecchini_psicologa

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto – Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move @analuciadesapinto

Será que adianta fazer exercício físico em casa com supervisão remota?

Durante a pandemia, essa maneira de se exercitar ganhou muita força. Mas será que ter um acompanhamento profissional durante o exercício em casa faz diferença?

Pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte – USP fizeram um estudo com mais de 300 voluntários para comparar a efetividade entre 3 tipos de treinos:
◾️ treino presencial com personal trainer;
◾️ treino on-line sem supervisão;
◾️treino com supervisão por vídeo-chamada.

Os dois tipos de aula com supervisão foram as que tiveram maior efeito positivo na saúde física e mental dos participantes.
Os participantes com supervisão por videochamada fizeram pilates, crossfit, yoga, dança e exercícios aeróbios, e registraram maior nível de atividades físicas intensas em comparação aos indivíduos que realizaram treinos sem supervisão profissional.

Os autores acreditam que a presença do profissional para orientar e promover o aumento da intensidade dos exercícios físicos foi fundamental para que as melhorias das capacidades físicas e sintomas mentais fossem observados nesses dois grupos.

Um dado muito interessante desta pesquisa, foi que os indivíduos que fizeram atividades presenciais com o personal trainer, apresentarem um ganho menor quando comparados com os que tiveram a supervisão por vídeo-chamada. Um dos pontos levantados pelos autores foi, que talvez, o uso de máscara nas aulas presenciais pudesse causar algum desconforto, e consequentemente uma menor intensidade durante as atividades. Outro ponto levantado por eles foi uma maior motivação por parte daqueles indivíduos que ficaram em casa, e por isso, não ficaram preocupados com a contaminação por covid-19 e fizeram os exercícios com uma maior intensidade.

De qualquer forma, o estudo mostrou que a prática de atividade física regular, mesmo em casa e com supervisão é suficiente para melhorar o condicionamento físico e a saúde mental durante esse período de pandemia. Essa conclusão é importante porque mesmo depois que tivermos a liberação para as práticas esportivas e de atividades físicas fora de casa pelo fim da pandemia, as pessoas que preferem fazer as atividades em casa, podem permanecer nessa prática porque agora já sabem que também são eficazes para a nossa saúde física e mental.

Procure o seu médico e um professor de educação física para orientá-los sobre a melhor prescrição dos exercícios físicos para você.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
@analuciadesapinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte

Pacientes imunodeprimidos fisicamente ativos têm melhor resposta vacinal

Já sabemos que o funcionamento do sistema imune é diminuído em indivíduos idosos, usuários de corticoides e outros moduladores imunológicos, assim como, em obesos. Pensando nisso, pesquisadores da Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina USP avaliaram a segurança e a efetividade da CoronaVac em portadores de doenças reumáticas autoimunes, entre elas artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite psoriásica, vasculite primária e esclerose sistêmica.

Esse estudo não só confirmou a segurança da vacina, como também, mostrou que ela induz uma resposta aceitável, ainda que reduzida, nesse grupo de pacientes. Importante ressaltar que uma resposta vacinal mais fraca era esperada já que grande parte desses pacientes faz uso de medicações que reduzem a atividade do sistema imune.

Estudos anteriores já mostraram que um estilo de vida ativo protege contra o agravamento da COVID-19 e, reduz as internações. Outros estudos já mostraram que a reposta vacinal pode ser diferente entre os indivíduos fisicamente ativos e sedentários. Nesse sentido, os pesquisadores analisaram 898 pacientes imunossuprimidos, e 494 foram classificados como ativos e 404 como inativos. Além disso, participaram 197 voluntários sem doença autoimune (grupo controle), sendo 128 ativos e 69 inativos.

O resultado da análise foi muito interessante porque mostrou que os pacientes imunossuprimidos fisicamente ativos apresentaram uma chance 1,4 vez maior que os inativos de atingir a soroconversão. “Dizendo isso de outra forma: para cada dez pacientes inativos que soroconverteram após a segunda dose da vacina, há 14 pacientes fisicamente ativos que atingiram o mesmo resultado”, explica o Prof. Bruno Gualano.
Os voluntários sem doença autoimune, a chance de soroconversão foi 9,9 vezes maior entre os fisicamente ativos.

Esses resultados reforçam a importância da atividade física na melhor reposta vacinal contra a COVID-19 independentemente de fatores como o uso de imunossupressores.

Procure o seu médico para ter liberação e receber orientação adequada para a prática de atividade física regular.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte

Risco de lesões no Triathlon

A palavra triathlon vem do latim e significa três combates, ou seja, três modalidades sendo competidas em um único esporte: natação, ciclismo e corrida. Esse esporte melhora a capacidade do sistema cardiopulmonar, fortalece a musculatura, combate depressão, ajuda a prevenir a diabetes e auxilia na saúde mental do indivíduo. O triathlon por reunir as 3 modalidades em uma única competição, requer amplo preparo físico e, se o atleta não tomar cuidado poderá se lesionar. Essas lesões podem aparecer tanto nas competições quanto nos treinamentos. Lesões mais comuns:

Natação🏊
• Tendinopatia do manguito rotador (conjunto de 4 músculos do ombro);
• Tendinopatia de flexores e extensores de tornozelo (pelo uso de pé de pato).

Ciclismo🚴
• Dor no joelho por atrito da banda iliotibial;
• Lombalgia e cervicalgia em decorrência da posição na bicicleta.

Corrida 🏃🏿
• Dor patelofemoral (região anterior do joelho);
• Síndrome da banda iliotibial;
• Fratura por estresse;
• Fasciite plantar

Um estudo publicado em 2020 “Triathlon-related musculoskeletal injuries: a study on a Portuguese Triathlon Championship”, mostrou que as lesões no joelho observadas nestes atletas são decorrentes do impacto na corrida, da posição na bike ou erro de execução do movimento em dos 3 esportes.

Para evitar e/ou minimizar os riscos de lesão o atleta precisa:

1- Ter uma programação do treinamento das 3 modalidades com um profissional capacitado, respeitando a fase de repouso;
2- Acrescentar no seu treinamento exercícios de fortalecimento muscular, flexibilidade e neuromotor;
3- Fazer avaliação biomecânica dos gestos esportivos para detectar alterações e corrigi-las;
4- Utilizar os equipamentos adequados, no caso do ciclismo fazer bike fit, em que um profissional com formação nessa avaliação adaptará a bicicleta para o corpo do atleta, e no caso da corrida, escolher o calçado mais adequado para o seu tipo de pé e pisada.

Bárbara Hossni Espinhel
@fisio.bahossni
Fisioterapeuta da Clínica Move

Disfunção Cognitiva e da Memória pós-covid-19

De forma bastante simplificada, pode-se definir a disfunção cognitiva como uma anormalidade na forma com que os neurônios trocam informações. Com essa disfunção, o cérebro passa a funcionar de maneira inesperada.

O processo de aquisição de conhecimento envolve raciocínio, pensamento, percepção, e é chamado de cognição. Todo aprendizado dos seres humanos depende do desenvolvimento emocional e cognitivo. Os elementos abaixo
estão relacionados à cognição :
 Intelectual (desenvolvimento ou capacidade intelectual);
 Mental;
 Capacidade de compreensão;
 Habilidade para absorção de conhecimento;
 Aprendizado;
 Percepção ou entendimento.

Um estudo feito no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, revelou que a memória e a cognição são frequentemente afetadas nos pacientes pós-covid-19:
 83,3% dos pacientes desenvolveram dificuldades cognitivas;
 62,7% tiveram a memória a curto prazo afetada;
 26,8% sofrem de perda de memória de longo prazo.

A recuperação mental parece seguir um ritmo diferente da recuperação física em contaminados, mesmo nos pacientes assintomáticos ou com sintomas leves. Ou seja, os prejuízos neurológicos não são causados apenas pela falta ou deficiência de oxigenação cerebral. Há uma ação danosa do próprio vírus no tecido cerebral, algo que ainda precisa ser desvendado.

Áreas cerebrais importantes mostraram alterações nos testes de imagens, e pacientes que se recuperaram de quadros graves chegaram a apresentar lesões cerebrais parecidas com as causadas pela Doença de Alzheimer.

Áreas do cérebro afetadas pela Covid-19:
 Área de expressão da linguagem, contém os programas motores da fala;
 Área sensorial, responsável pelo entender da fala;
 Área processamento de estímulos e movimentos;
 Área mediadora, fundamental na tomada de decisões.

As disfunções cognitivas, como as eventuais perdas de memória, têm mostrado bons resultados quando avaliadas e acompanhadas pelo neurologista e psicólogo.

Dra. Luciana Bahia Neurologista da Clínica Move
Dra. Marina Cecchini Psicóloga da Clínica Move

@lucianambahia
@marina_cecchini_psicologa

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10 atitudes saudáveis para perda e manutenção de peso

1. Fazer exercícios físicos regularmente. O aumento do gasto energético não ocorre apenas durante o momento em que o exercício está sendo feito, mas permanece mais elevado pelos próximos dois dias. Estudos mostram que, para prevenir o ganho de peso e favorecer a manutenção de peso, a realização de 150-200 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada são suficientes. Para promover a perda de peso, seriam necessários de 225-420 min/semana de exercício de intensidade moderada.

2. Monitorar a alimentação. Faça um diário alimentar, leia os rótulos dos alimentos, observe ingredientes, a composição de macro e micronutrientes e a quantidade calórica da porção que vai consumir.

3. Monitorar o peso. Procure se pesar sempre nas mesmas condições (idealmente pela manhã, logo após acordar e esvaziar a bexiga).

4. Preparar refeições em casa. É importante tentar eliminar alimentos industrializados e fast food, usar menos gordura na preparação dos alimentos, aumentar a ingesta de legumes e verduras.

5. Beber água. Manter-se hidratado reduz a sensação de fome, aumenta a saciedade, e mantém o metabolismo em bom funcionamento.

6. Comer devagar e mastigar bem os alimentos. O ideal é mastigar o alimento de 20 a 30 vezes antes de degluti-lo. Isso melhora a saciedade, permitindo que o paciente se contente com menor quantidade de alimentos em cada refeição.

7. Tomar café da manhã diariamente. Estudos comprovaram que quem toma café da manhã diariamente tem maior chance de manter o peso perdido do que quem não toma.

8. Ter contato frequente e regular com seu médico e nutricionista, para rever os progressos, reavaliar condutas e corrigir erros.

9. Nunca se culpar por recaídas. Elas são normais e não significa falha do tratamento, mas sim um motivo a mais para voltar a se empenhar no tratamento.

10. Procure um médico endocrinologista para ajudá-lo nessas atitudes.

Dra. Mirela Miranda
Endocrinologista da Clínica Move

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O que aconteceria se eliminássemos a inatividade física do mundo?

Cerca de um terço da população mundial não faz atividade física regular. Como se sabe, a inatividade física é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes, demência e alguns tipos de câncer. Calcula-se que o custo anual da inatividade física para os sistemas de saúde gire em torno de 53,8 bilhões de dólares.

Então o que aconteceria se todas as pessoas do mundo passassem a fazer atividade física? Esta foi a pergunta que um estudo recentemente conduzido por um grupo de epidemiologistas americanos e publicado na Revista Britânica de Medicina do Esporte tentou responder. Por meio de um modelo estatístico denominado de fração atribuível populacional (FAP), os pesquisadores mediram quantas doenças poderiam ser evitadas e quantas pessoas deixariam de morrer se conseguíssemos eliminar a inatividade física do mundo.

Após análise das revisões mais recentes sobre o assunto, foi verificado que a prática regular de atividade física poderia evitar cerca de 7% de todas as mortes, em todo o mundo. Em números absolutos, estima-se que a inatividade física esteja diretamente ligada a quase 4 milhões de morte todos os anos. Além disso, 8,1% dos casos de demência, 7,2% dos casos de depressão, 7% dos casos de câncer de rim e estômago, e 5% dos casos de doença coronariana e AVC seriam evitados se transformássemos todas as pessoas inativas do mundo em fisicamente ativas.

Os resultados deste estudo enfatizam o impacto da inatividade física sobre as estimativas anuais de mortalidade e de surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis, e indicam a necessidade de ações públicas internacionais coordenadas para a promoção da atividade física para o enfrentamento do fardo global de morbimortalidade.

 

Tiago Peçanha – Profissional de Educação Física. Pesquisador e Pós-doutorando do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP. Pós-doutorando no Research Institute for Sport and Exercise Sciences da Liverpool John Moores University, UK.

Contato: pecanhatiago@gmail.com
Twitter: https://twitter.com/tiagopecanha

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