Capsulite Adesiva (ombro congelado)

A capsulite adesiva é caracterizada pela inflamação e contratura da cápsula articular do ombro, resultando em dor e significativa perda de mobilidade articular.

É uma condição autolimitada, geralmente dividida em três fases: fase dolorosa, fase de rigidez, e fase de recuperação.

Os pacientes inicialmente relatam dor difusa no ombro, que tende a piorar à noite e com movimentos específicos. Com o tempo, ocorre uma perda da amplitude articular (ombro congelado), especialmente em abdução e rotação externa. A duração de cada fase pode variar, mas o curso completo da doença geralmente se estende de 1 a 3 anos.

O diagnóstico é clínico, baseado na história do paciente e exame físico, que demonstra limitação ativa e passiva dos movimentos do ombro. Exames de imagem, como ressonância magnética ou ultrassonografia, podem auxiliar no diagnóstico e afastam outras patologias do ombro que também cursam com dor.

O manejo da capsulite adesiva foca na redução da dor e na restauração da mobilidade.
As abordagens terapêuticas incluem fisioterapia (que tem um papel fundamental), medicamentos (para controle da dor), injeções intra-articulares de corticoides guiadas por US, bloqueio do nervo supra-escapular e, em casos refratários, a manipulação sob anestesia ou liberação capsular artroscópica.

A tendência atual é focar no tratamento multimodal, com a combinação de terapias conservadoras e intervenções mais invasivas em casos resistentes ao tratamento conservador. O prognóstico é geralmente bom, com a maioria dos pacientes apresentando recuperação funcional ao longo do tempo.

Dra. Fernanda Lima
CRM: 62.333
@‌fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

Transtornos alimentares em Crianças e Adolescentes

Uma revisão sistemática e metanálise publicada recentemente de 32 estudos, com 63.181 participantes de 16 países diferentes revelou que 22% das crianças e adolescentes apresentam transtornos alimentares. A porcentagem foi ainda maior entre as meninas adolescentes e aquelas com maior índice de massa corpórea.

·         O que estamos fazendo para que as refeições entre familiares e amigos, um momento que deveria ser de prazer e afeto, deixe de ter esse papel?

·         O que estamos fazendo durante as consultas médicas pediátricas para não conseguir orientar os nossos pacientes em relação à importância de uma dieta equilibrada e para tirar o medo que eles têm de ingerir determinados alimentos, como os carboidratos?

·         Por que não conseguimos mostrar para eles que não tem importância comer um doce ou alguma outra coisa gostosa quando estamos com vontade e que não é errado fazer isso?

·         Por que algumas vezes não conseguimos explicar para os pacientes que participam de treinamentos esportivos que, por terem mais músculos, muitas vezes pesam mais que seus amigos que não treinam?

·         Por que não conseguimos ajudá-los a construir uma boa relação com seus corpos, respeitando a individualidade e deixando claro que não tem tamanho, tipo ou peso ideal?

Nós, profissionais da área da saúde, temos uma grande responsabilidade em esclarecer aos nossos pacientes vários conceitos errados que eles nos trazem. É importante abordar todas essas questões durante a consulta para desmistificar padrões de comportamentos e ajudá-los a crescerem e se desenvolverem saudáveis e com mais liberdade.

 

Fonte: JAMA Pediatrics. DOI: 10.1001/jamapediatrics.2022.5848.

 

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto

Pediatra e Médica do Exercício e esporte da Clínica Move

É normal ter reganho de peso depois de emagrecer muito?

As evidências científicas confirmam a inexorável tendência de reganho de peso observada após uma perda significativa e que o seu motivo não é simplista, somente atribuível à perda de motivação ou adesão do paciente (que também são fatores envolvidos), mas é impulsionado por potentes mecanismos biológicos que tendem a estimular o aumento da ingestão calórica e diminuir o gasto de energia. Quando a redução do peso corporal ocorre, a secreção de hormônios orexígenos (que causam fome) no trato gastrointestinal tende a aumentar, enquanto a produção de hormônios anorexígenos (que inibem a fome) decai. A leptina, que é um hormônio expresso no tecido adiposo e tem efeitos anorexígeno e em aumento de gasto energético, tem grande redução após uma perda de peso. Os efeitos combinados desses sinais periféricos ao nível do neurônios hipotalâmicos controlando o peso e o balanço energético causam um aumento da fome e diminuição do gasto energético, criando um substrato favorável para a ação dos mecanismos centrais ligados ao prazer e a recompensa pela comida.

Esse conhecimento é importante para:
👉🏽Entender que a perda de peso nunca é linear; a tendência é perder mais no início e menos ao
passar do tempo e isso não indica falha do tratamento, mas sim uma resposta fisiológica do corpo à perda de peso
👉🏽Quebrar o estigma que o reganho é um efeito rebote da retirada da medicação
👉🏽Entender que a fase de manutenção do peso perdido é um processo tão ativo quanto a de perda e requer o estabelecimento de estratégias efetivas para evitar o reganho (uma delas pode ser a
manutenção da medicação a longo prazo)

‼️É por isso que é importante que os pacientes não se automediquem, procurem o acompanhamento com profissionais capacitados que possam auxiliar adequadamente no tratamento para perda de peso e, também, na manutenção do peso perdido a longo prazo.

Busetto L, Bettini S, Makaronidis J, Roberts CA, Halford JCG, Batterham RL. Mechanisms
of weight regain. Eur J Intern Med. 2021;93:3-7. doi:10.1016/j.ejim.2021.01.002

Dra. Mirela Miranda
CRM: 147.317
@dra .mirelamiranda
Endocrinologista da Clínica Move

A dieta vegetariana interfere no crescimento das crianças?

O número de pessoas interessadas nesse tipo de dieta vem aumentando, e com isso várias perguntas aparecem com relação à adoção dessa dieta pelas crianças. Será que pode ocorrer alguma deficiência nutricional, ou até mesmo o comprometimento do crescimento?

Primeiro vamos lembrar o conceito do vegetarianismo (podem ser incluídos na dieta ovos, leite e derivados) e veganismo (nenhuma proteína de origem animal, e nem mesmo o mel que é um carboidrato de origem animal).
Até agora os estudos publicados apresentaram resultados conflitantes com relação a essas dietas, ou seja, alguns mostraram que a dieta vegetariana interfere de forma negativa no crescimento, e outros mostraram que não tem interferência negativa. Alguns estudos mostraram deficiências nutricionais, como falta de ferro, zinco, vitamina B e proteínas nessas crianças e adolescentes, o que com certeza traria um comprometimento no crescimento e desenvolvimento.

Um artigo publicado esse ano em uma revista americana conceituada (Pediatrics) mostrou alguns resultados interessantes. Os autores acompanharam 8.907 crianças entre 6 meses à 8 anos de idade, incluindo 248 vegetarianas no período de 2008 a 2019. As crianças com doenças crônicas e história de alterações no crescimento foram excluídas. As crianças vegetarianas:

• não tiveram valores baixos de ferro e vitamina D no sangue;
• não tiveram sobrepeso e obesidade;
• tiveram mais baixo peso que as crianças não vegetarianas;
• não apresentaram alterações na velocidade de crescimento;
• não apresentaram alterações clínicas e laboratoriais.

São necessários mais estudos sobre esse tema, uma vez que, cada vez mais as crianças não querem se alimentar de proteínas de origem animal, e os pais e os responsáveis por elas sempre têm duvida com relação à possibilidade dessa dieta.

Importante discutir esse assunto com o pediatra, e junto com a nutricionista adequar individualmente o aporte de calorias e nutrientes para cada criança levando em consideração as diferentes fases de crescimento e grau de atividade física. Dessa forma, conseguimos garantir um crescimento e desenvolvimento saudável para elas.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

Consequências da pandemia para adolescentes com doenças crônicas

Um trabalho do Hospital das Clínicas estudou os hábitos alimentares e o comportamento sedentário em adolescentes portadores de doenças crônicas durante a pandemia de covid-19.
Foram avaliados mais de 347 adolescentes com diversas doenças crônicas que são acompanhados no complexo Hospitalar. Os adolescentes responderam a vários questionários específicos. Os primeiros dados que saíram referiram-se ao tempo sedentário. Abaixo alguns pontos que chamaram a atenção dos pesquisadores:
• Muitos adolescentes reportaram que faziam as suas refeições em frente à TV;
• 87% deles reportaram mais tempo de tela (TV, celulares ou tabletes);
• Mais de 55% relataram passar mais de 6 horas nessas atividades sedentárias.

Os pesquisadores alertaram que: “como esse grupo de pacientes requer distanciamento social mais restrito, é necessário que recebam orientação profissional sobre um estilo de vida saudável durante a pandemia, para que não sofram com uma piora da saúde geral”.

Esse grupo de pacientes com doenças crônicas, muitas vezes, apresenta um maior risco cardiovascular e de ganho de peso. Sendo assim, é muito importante a orientação para esses pacientes com relação ao aumento da atividade física dentro de casa ou quando possível ao ar livre, e a quebra de tempo sedentário.

A quebra de tempo sedentário significa: não fique sentado mais de 1 hora seguida, levante, fique de pé ou ande por alguns minutos!

Entre em contato com o seu médico para uma melhor orientação de como iniciar, ou mesmo, manter os exercícios físicos durante a pandemia.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

 

Como é feito o tratamento não medicamentoso da fibromialgia?

A base do tratamento da fibromialgia são as medidas não medicamentosas, dentre elas:
1) Educação sobre a doença – é importante que o paciente e seus familiares saibam:
• Reconhecer os sinais e sintomas;
• Identificar os fatores de piora e melhora;
• A doença é benigna: não deforma, não afeta a função de órgãos internos, não coloca o paciente em risco de vida;
• A doença apresenta curso crônico não progressivo, com períodos de melhora e piora ao longo do tempo;
• A importância das medidas não medicamentosas.

2) Prática regular de atividade física, se possível associando:
• Exercícios aeróbios como a caminhada, bicicleta, natação, hidroginástica;
• Exercícios de fortalecimento muscular;
• Exercícios de flexibilidade;
• Exercícios neuromotores.

3) Psicoterapia, com ênfase para a terapia cognitivo-comportamental.

4) Higiene do sono.

Se você tem o diagnóstico de Fibromialgia, marque uma consulta com o reumatologista.

Dr. Henrique Ayres
Clínico Geral e Reumatologista da Clínica Move

Pacientes imunodeprimidos fisicamente ativos têm melhor resposta vacinal

Já sabemos que o funcionamento do sistema imune é diminuído em indivíduos idosos, usuários de corticoides e outros moduladores imunológicos, assim como, em obesos. Pensando nisso, pesquisadores da Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina USP avaliaram a segurança e a efetividade da CoronaVac em portadores de doenças reumáticas autoimunes, entre elas artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite psoriásica, vasculite primária e esclerose sistêmica.

Esse estudo não só confirmou a segurança da vacina, como também, mostrou que ela induz uma resposta aceitável, ainda que reduzida, nesse grupo de pacientes. Importante ressaltar que uma resposta vacinal mais fraca era esperada já que grande parte desses pacientes faz uso de medicações que reduzem a atividade do sistema imune.

Estudos anteriores já mostraram que um estilo de vida ativo protege contra o agravamento da COVID-19 e, reduz as internações. Outros estudos já mostraram que a reposta vacinal pode ser diferente entre os indivíduos fisicamente ativos e sedentários. Nesse sentido, os pesquisadores analisaram 898 pacientes imunossuprimidos, e 494 foram classificados como ativos e 404 como inativos. Além disso, participaram 197 voluntários sem doença autoimune (grupo controle), sendo 128 ativos e 69 inativos.

O resultado da análise foi muito interessante porque mostrou que os pacientes imunossuprimidos fisicamente ativos apresentaram uma chance 1,4 vez maior que os inativos de atingir a soroconversão. “Dizendo isso de outra forma: para cada dez pacientes inativos que soroconverteram após a segunda dose da vacina, há 14 pacientes fisicamente ativos que atingiram o mesmo resultado”, explica o Prof. Bruno Gualano.
Os voluntários sem doença autoimune, a chance de soroconversão foi 9,9 vezes maior entre os fisicamente ativos.

Esses resultados reforçam a importância da atividade física na melhor reposta vacinal contra a COVID-19 independentemente de fatores como o uso de imunossupressores.

Procure o seu médico para ter liberação e receber orientação adequada para a prática de atividade física regular.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte

Meu filho está crescendo adequadamente?

O crescimento do ser humano acontece em velocidades e ritmos diferentes durante as fases da vida, e para cada idade há uma faixa de normalidade e não uma altura ideal. Geralmente, os filhos atingem alturas semelhantes ao de seus pais, por isso cada criança tem um potencial de crescimento particular que deve ser reconhecido e respeitado.

O potencial genético de crescimento da criança é avaliado através do cálculo da estatura alvo, a partir da estatura dos pais. A estatura final pode variar 8cm pra mais ou para menos dessa altura alvo, denominado canal familiar.
Durante a vida uterina, a velocidade de crescimento varia de acordo com a idade gestacional. Doenças genéticas ou alterações ambientais e placentárias podem determinar restrições no crescimento intrauterino, levando ao nascimento de crianças pequenas para a idade gestacional; isso pode influenciar no crescimento pós-natal e na estatura final.

A partir do nascimento, o hormônio do crescimento, chamado GH (Grownth Hormone), passa a ter papel primordial no crescimento da criança. Nos primeiros 3 anos de vida elas tendem a apresentar crescimento variável com intuito de alcançar o percentil de crescimento do seu canal familiar, por isso é importante avaliar em qual percentil de crescimento a criança se encontra ao fim do 3o ano e se está compatível com o seu canal familiar.

No primeiro ano de vida as crianças crescem em média 25cm; no segundo, 12cm; no terceiro 8cm e após o 3o ano, ocorre uma redução gradual da velocidade de crescimento até atingir um patamar de 4 a 6cm ao ano. Quando a criança está prestes a entrar no estirão da puberdade pode haver uma desaceleração ainda maior do crescimento, causando apreensão dos pais. Na puberdade, a criança passa por um período de 2 anos de crescimento acelerado (8 a 12cm ao ano), chamado de estirão puberal. A idade óssea é o grande preditor de crescimento e deve ser avaliada sempre que houver dúvidas quanto ao crescimento e desenvolvimento. Após o estirão puberal a criança passa a crescer muito lentamente até atingir sua estatura final, que ocorre com a idade óssea de 16 anos nas meninas e de 18 anos nos meninos.

De um modo geral, deve-se investigar déficit de crescimento em casos de:

• Crianças com estatura muito abaixo do esperado para idade e sexo (abaixo do percentil 2,5)
• Crianças que apresentam queda no percentil da altura após os 3 anos de idade ou velocidade de crescimento muito abaixo do esperado para idade e sexo
• Crianças com altura incompatível com o canal familiar.

Na maioria das vezes a baixa estatura ocorre devido seu canal familiar (pais baixos) ou por ter um crescimento mais lento (nesses casos a idade óssea também está atrasada e compatível com a estatura). Nessas situações, geralmente apenas se acompanha o crescimento, pois essas crianças atingirão sua estatura alvo. A garantia de uma alimentação variada e balanceada, sono em duração e horários adequados (mínimo 8 horas por noite), atividade física regular e exposição solar para produção de vitamina D são essenciais para o crescimento adequado das crianças.

Todas as crianças devem ser acompanhadas periodicamente quanto à sua curva de crescimento pelo pediatra. Os pais devem ficar atentos a sinais de alterações comportamentais, aparecimento precoce de caracteres sexuais (<8 anos em meninas e <9 anos em meninos), padrão alimentar, hábito intestinal, alterações importantes no peso corporal.

Diversas doenças metabólicas e hormonais podem afetar o crescimento infantil como hipotireoidismo, obesidade, erros alimentares, puberdade precoce, síndromes genéticas, doenças crônicas e uso de medicações. O diagnóstico precoce possibilita um melhor resultado, e quando a investigação mostra que a baixa estatura resulta de alguma doença, ela deve ser tratada.
O tratamento consiste na correção das doenças de bases e na reposição do GH em casos selecionados.
É sempre importante a avaliação do pediatra e de um endocrinologista na investigação e tratamento dessas crianças e adolescentes!

Dra. Mirela Miranda
Endocrinologista da Clínica Move

Disfunção Cognitiva e da Memória pós-covid-19

De forma bastante simplificada, pode-se definir a disfunção cognitiva como uma anormalidade na forma com que os neurônios trocam informações. Com essa disfunção, o cérebro passa a funcionar de maneira inesperada.

O processo de aquisição de conhecimento envolve raciocínio, pensamento, percepção, e é chamado de cognição. Todo aprendizado dos seres humanos depende do desenvolvimento emocional e cognitivo. Os elementos abaixo
estão relacionados à cognição :
 Intelectual (desenvolvimento ou capacidade intelectual);
 Mental;
 Capacidade de compreensão;
 Habilidade para absorção de conhecimento;
 Aprendizado;
 Percepção ou entendimento.

Um estudo feito no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, revelou que a memória e a cognição são frequentemente afetadas nos pacientes pós-covid-19:
 83,3% dos pacientes desenvolveram dificuldades cognitivas;
 62,7% tiveram a memória a curto prazo afetada;
 26,8% sofrem de perda de memória de longo prazo.

A recuperação mental parece seguir um ritmo diferente da recuperação física em contaminados, mesmo nos pacientes assintomáticos ou com sintomas leves. Ou seja, os prejuízos neurológicos não são causados apenas pela falta ou deficiência de oxigenação cerebral. Há uma ação danosa do próprio vírus no tecido cerebral, algo que ainda precisa ser desvendado.

Áreas cerebrais importantes mostraram alterações nos testes de imagens, e pacientes que se recuperaram de quadros graves chegaram a apresentar lesões cerebrais parecidas com as causadas pela Doença de Alzheimer.

Áreas do cérebro afetadas pela Covid-19:
 Área de expressão da linguagem, contém os programas motores da fala;
 Área sensorial, responsável pelo entender da fala;
 Área processamento de estímulos e movimentos;
 Área mediadora, fundamental na tomada de decisões.

As disfunções cognitivas, como as eventuais perdas de memória, têm mostrado bons resultados quando avaliadas e acompanhadas pelo neurologista e psicólogo.

Dra. Luciana Bahia Neurologista da Clínica Move
Dra. Marina Cecchini Psicóloga da Clínica Move

@lucianambahia
@marina_cecchini_psicologa

#clinicamove #neurologista #psicologia #faltadememoria #cognicao

15 tiros de 4 segundos de exercício fazem diferença na sua saúde?

Aparentemente sim! Nos últimos anos, uma modalidade de treinamento conhecido pela sigla H.I.I.T., de High Intensity Interval Training tem sido estudada no meio científica e difundida na população.
No entanto, ainda há dúvidas sobre a “dose” e o “intervalo” desse tipo de treino, em que a característica básica é um exercício intenso, explosivo, de curta duração, alternado com um período de repouso ou exercício leve, repetidas várias vezes em um bloco.

No entanto, o interessante estudo intitulado “Inertial Load Power Cycling Training Increases Muscle Mass and Aerobic Power in Older Adults” (Edward F and cols), que foi publicado recentemente na revista médica Medicine & Science in Sports & Exercise investigou o efeito de pedalar uma bicicleta ergométrica em alta intensidade, de forma explosiva, por alguns segundos na massa muscular e na função cardiovascular de adultos inativos entre 50-68 anos.

Antes de começar o estudo, os autores avaliaram a capacidade aeróbia, força muscular, rigidez de parede arterial e capacidade de realizar atividades de vida diária. Durante 8 semanas, esses indivíduos foram submetidos a 15 minutos de treino, 3 vezes na semana. O treino consistia em 15-30 repetições de pedaladas muito intensas que duravam 4 segundos, alternando com 56 segundos de descanso. Com a evolução dos treinos, o período de descanso foi diminuindo para até 26 segundos.

No final desse período, os autores observaram que os indivíduos estudados melhoraram a sua capacidade aeróbia em 10%, ganharam massa e força muscular em membros inferiores, reduziram a rigidez arterial e ainda melhoraram a execução das suas tarefas de vida diária.

Portanto, quando bem executado e com disciplina, 15 tiros de 4 segundos de exercício de alta intensidade, com 56 segundos de descanso, 3 vezes na semana, pode ser uma ferramenta importante para adultos inativos. Aquela desculpa de “não tenho tempo” não serve mais.

Abaixo o link do estudo citado:
https://journals.lww.com/acsm-msse/Abstract/9000/Inertial_Load_Power_Cycling_Training_Increases.96122.aspx

Dra. Fernanda R. Lima
Médica Reumatologista da Clínica Move

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