É normal ter reganho de peso depois de emagrecer muito?

As evidências científicas confirmam a inexorável tendência de reganho de peso observada após uma perda significativa e que o seu motivo não é simplista, somente atribuível à perda de motivação ou adesão do paciente (que também são fatores envolvidos), mas é impulsionado por potentes mecanismos biológicos que tendem a estimular o aumento da ingestão calórica e diminuir o gasto de energia. Quando a redução do peso corporal ocorre, a secreção de hormônios orexígenos (que causam fome) no trato gastrointestinal tende a aumentar, enquanto a produção de hormônios anorexígenos (que inibem a fome) decai. A leptina, que é um hormônio expresso no tecido adiposo e tem efeitos anorexígeno e em aumento de gasto energético, tem grande redução após uma perda de peso. Os efeitos combinados desses sinais periféricos ao nível do neurônios hipotalâmicos controlando o peso e o balanço energético causam um aumento da fome e diminuição do gasto energético, criando um substrato favorável para a ação dos mecanismos centrais ligados ao prazer e a recompensa pela comida.

Esse conhecimento é importante para:
👉🏽Entender que a perda de peso nunca é linear; a tendência é perder mais no início e menos ao
passar do tempo e isso não indica falha do tratamento, mas sim uma resposta fisiológica do corpo à perda de peso
👉🏽Quebrar o estigma que o reganho é um efeito rebote da retirada da medicação
👉🏽Entender que a fase de manutenção do peso perdido é um processo tão ativo quanto a de perda e requer o estabelecimento de estratégias efetivas para evitar o reganho (uma delas pode ser a
manutenção da medicação a longo prazo)

‼️É por isso que é importante que os pacientes não se automediquem, procurem o acompanhamento com profissionais capacitados que possam auxiliar adequadamente no tratamento para perda de peso e, também, na manutenção do peso perdido a longo prazo.

Busetto L, Bettini S, Makaronidis J, Roberts CA, Halford JCG, Batterham RL. Mechanisms
of weight regain. Eur J Intern Med. 2021;93:3-7. doi:10.1016/j.ejim.2021.01.002

Dra. Mirela Miranda
CRM: 147.317
@dra .mirelamiranda
Endocrinologista da Clínica Move

Tomar leite aumenta o risco de ter câncer?

O leite e seus derivados constituem uma importante fonte de cálcio na população ocidental como um todo. Mas boa parte dos produtos obtidos a partir do leite de vaca sofre um alto grau de processamento pela indústria, o que pode interferir na sua segurança alimentar e no seu valor nutricional.

Para crianças, adolescentes, idosos e puérperas, uma dieta rica em cálcio é de suma importância e não podemos negar que o cálcio encontrado no leite é superior ao encontrado em fontes vegetais. No entanto, alguns estudos têm sugerido uma associação entre consumo de leite e risco de câncer de próstata e mama na população adulta. Vamos a eles:

Câncer de próstata:
Estudo prospectivo com 1334 voluntários seguidos por 8 anos mostrou que consumir mais de 4 porções de leite integral por semana e ter um IMC maior que 27,5 (sobrepeso) aumentou em 3 vezes a chance de recorrência de tumor de próstata agressivo. Pacientes com peso normal, consumindo menos que 4 porções por semana e usando leite desnatado não tiveram maiores chances de ter essa recorrência (David Tate l al, 2018).
Estudo transversal de associação entre consumo de leite e agressividade do tumor de próstata em 2000 homens na Carolina do Norte mostrou que tomar leite integral e ter uma alta relação Cálcio/magnésio na dieta aumentou em até 74% a chance de desenvolver um tumor de próstata, sobretudo em africanos-americanos. Tal fato não ocorreu com o consumo de leite desnatado e uma maior ingestão de magnésio na dieta (Susan E. Steck et al, 2018).

Câncer de mama:
Estudo prospectivo com 52 mil mulheres acompanhadas por 7 a 9 anos mostrou que alto consumo de leite integral ou desnatado (450 ml/dia) estava associado a uma chance 1.5 vez maior que desenvolver câncer de mama. Essa chance se reduziu a 0,68 quando houve substituição parcial do leite por leite de soja e houve até uma tendência a uma relação inversa entre consumo de isoflavona e risco de câncer. Por outro lado, essa associação não foi encontrada no caso de queijos e iogurtes. Os dados não foram diferentes para mulheres menopausadas ou não (Gary Fraser et al, 2020).

Recente meta análise (análise de diferentes estudos comparados por ferramentas estatísticas específicas) envolvendo 8 estudos com mulheres de diferentes países publicados até 2009 não encontrou relação entre consumo de leite ou queijo magros, iogurtes e câncer de mama (Lu Chen et al, 2019) e os autores concluem que os dados epidemiológicos utilizados ainda são insuficientes para estabelecer tal associação.

Analisando brevemente esses estudos, parece prudente considerar o uso de leite desnatado para as populações de risco para esses tipos de câncer, sobretudo os homens, e dar alguma atenção ao nível de magnésio na dieta. Mas ainda há necessidade de se ter maiores estudos, estudos multicêntricos, com outros métodos mais precisos para estimar a ingestão de leite e derivados, já que esse dado foi estimando através de questionários específicos, e esse tipo de estimativa apresenta algumas limitações.

Dra. Patrícia Campos-Ferraz
Nutricionista da Clínica MOVE

Susan E Steck, Omonefe O Omofuma, L Joseph Su, Amanda A Maise, Anna Woloszynska-Read, Candace S Johnson, Hongmei Zhang, Jeannette T Bensen, Elizabeth T H Fontham, James L Mohler, Lenore Arab, Calcium, magnesium, and whole-milk intakes and high-aggressive prostate cancer in the North Carolina–Louisiana Prostate Cancer Project (PCaP), The American Journal of Clinical Nutrition, Volume 107, Issue 5, May 2018, Pages 799–807, https://doi.org/10.1093/ajcn/nqy037
Gary E Fraser, Karen Jaceldo-Siegl, Michael Orlich, Andrew Mashchak, Rawiwan Sirirat, Synnove Knutsen, Dairy, soy, and risk of breast cancer: those confounded milks, International Journal of Epidemiology, Volume 49, Issue 5, October 2020, Pages 1526–1537, https://doi.org/10.1093/ije/dyaa007
Tat, David, et al. “Milk and other dairy foods in relation to prostate cancer recurrence: data from the cancer of the prostate strategic urologic research endeavor (CaPSURE™).” The Prostate 78.1 (2018): 32-39.
Chen, Lu, Min Li, and Hao Li. “Milk and yogurt intake and breast cancer risk: a meta-analysis.” Medicine 98.12 (2019).

O que é Whey Protein?

Whey Protein é um suplemento proteico feito a partir da proteína extraída do soro do leite. O produto possui 20 aminoácidos importantes para os músculos e tecidos, incluindo os 9 aminoácidos essenciais, isto é, aqueles que o organismo não consegue produzir sozinho e precisa vir da alimentação.

Ele contém BCAA (aminoácidos de cadeia ramificadas) que estão envolvidos na reparação muscular, no aumento das proteínas e da energia durante as atividades físicas. Contém baixa quantidade de carboidratos e gorduras, e é um produto de rápida digestão e alta absorção.

Pesquisas sugerem que o consumo de proteína do soro do leite aumenta a força e a massa muscular quando associados ao treinamento de força muscular, e pode ser eficaz para ajudar na recuperação muscular após exercícios intensos. Ele também pode beneficiar pessoas que se recuperam de queimaduras ou que possuem feridas crônicas, como as causadas pelo Diabetes Mellitus .

Muitos estudos comprovam os benefícios que o Whey Protein fornece, tornando-o um alimento multifuncional e com muitas qualidades:

• Aliado no ganho de massa muscular em praticantes de atividades físicas;
• Diminuição da fadiga muscular;
• Manutenção da massa muscular durante o processo de emagrecimento;
• A presença de cálcio e o alto teor de BCAA afetam os processos hormonais e metabólicos da regulação energética, favorecendo a redução e a modulação da gordura corporal;
• Aumento da saciedade;
• O consumo de Whey Protein aumenta os hormônios intestinais supressores do apetite;
• Controle Diabetes Mellitus;
• A alta quantidade de aminoácidos como a leucina e a valina, bem como a arginina levam a melhorias na secreção de insulina e captação do açúcar no sangue, auxiliando no controle da glicemia, entre muitos outros.
Em relação a ingestão do Whey Protein, as instruções variam de acordo com os seus objetivos e necessidades, e é importante reforçar que o Whey Protein é um suplemento, e portanto, não anula a importância de consumir proteínas regularmente na dieta.

Dessa forma, tanto a quantidade a ser consumida, quanto a frequência e quando consumir devem ser orientados por um nutricionista de acordo com as condições de saúde, os objetivos e os hábitos do indivíduo.
Se ficou com alguma dúvida, entre em contato com as nutricionistas da Clínica Move que estaremos à disposição para esclarecer as suas dúvidas.

Mayara Ferrari
CRN: 3 /28.843
@mayaraferrarinutri
Nutricionista da Clínica Move

Dieta Low carb, o que é e para quem se destina?

A dieta low carb é um regime alimentar que consiste em limitar (e não abolir) o consumo de carboidratos, para aproximadamente 50% das recomendações atuais.

Ela se destina a pacientes que têm alguma comorbidade ligada ao metabolismo dos carboidratos, tais como diabetes, pré-diabetes, resistência à insulina ou síndrome metabólica ou mesmo obesidade. Sua vantagem consiste em fazer um déficit calórico focado na redução de açúcares e carboidratos refinados em geral e priorizar os carboidratos oriundos dos grãos integrais, leguminosas, verduras e legumes.

Além disso, é possível aumentar moderadamente o consumo de proteína magra e gorduras vegetais, de tal forma que o déficit de calorias seja mantido, para atingir o resultado de perda de gordura. Com isso, é possível ter um consumo razoavelmente equilibrado de nutrientes e pode ser uma estratégia interessante para o emagrecimento, desde que acompanhada pelo Nutricionista, que vai adaptar os preceitos dessa dieta à sua individualidade.

É comum os pacientes confundirem essa dieta com a dieta cetogênica ou NO CARB, onde consumos extremamente baixos de carboidratos são preconizados. Uma dieta low carb pode ter entre 90 e 120g de carboidratos por dia para um indivíduo de 60 a 80 kg de peso, por exemplo, enquanto a dieta cetogênica, de difícil execução e de usos clínicos bem específicos, pode ter de 6 até 60g por dia, em média.

O perigo de ambas estratégias é desenvolver uma certa fobia de carboidratos, uma crença de que qualquer tipo de carboidrato por mínimo que seja faça mal à saúde, e que isso cause comportamentos alimentares inadequados. A dieta low carb é uma das muitas dietas “da moda” e que pode ou não ser adequada para você. Existem muitas estratégias alimentares e comportamentais que podem ser utilizadas além dessa dieta e seu Nutricionista é o melhor profissional para avaliar isso.

De qualquer forma, o que a Ciência mostra cada vez mais é que uma dieta saudável é aquela com alto consumo de verduras, legumes, leguminosas, grãos integrais, oleaginosas e baixa em carne vermelha e laticínios integrais e, por fim, carboidratos refinados. Esse padrão alimentar parece ser o mais saudável sobretudo para reduzir mortalidade por problemas cardiovasculares. Assim, vale a pena incluir esses alimentos na sua dieta, mas de forma que faça sentido para você e com equilíbrio, para que as mudanças e os resultados sejam sustentáveis.

Dra. Patrícia Campos Ferraz
CRN: 5160/3
@dra.patriciacamposferraz
Nutricionista da Clínica Move

Dicas de lanches para crianças

As aulas já iniciaram, mas o dever de casa para elaborar o lanche escolar, de forma saudável, é dos pais. A alimentação correta é sempre um motivo de dúvidas e preocupações, já que as crianças nem sempre sabem escolher o que comer.

Sendo assim, unir a praticidade do dia a dia (que todos queremos!) com qualidade da alimentação dos filhos, é um grande desafio. Muitas vezes a criança tem dificuldade em aceitar o que foi colocado na lancheira, preferindo alimentos que sabemos não ser muito saudáveis se consumidos com frequência.

Diante disso, é importante oferecer uma alimentação variada, balanceada e colorida, que garanta o fornecimento de energia com todos os nutrientes necessários para um crescimento e desenvolvimento saudável. A escolha desses alimentos contribuirá diretamente com seu aprendizado e desempenho escolar.

O ideal é que o lanche contenha carboidratos para fornecer energia, lácteos que tem proteínas, frutas ou legumes, responsáveis pelas vitaminas, fibras e minerais, além de uma bebida para hidratação.

Pensando nisso, que tal começar a preparar a lancheira das crianças em casa, com alimentos gostosos e nutritivos?
Confira a seguir algumas dicas que podem ajudar no preparo desses lanches saudáveis para escola.

1. Frutas picadas
2. Cookies caseiros
3. Suco natural
4. Smoothie de fruta
5. Iogurte natural
6. Chips de batata doce
7. Palitinhos de vegetais
8. Bolo de banana integral
9. Mini sanduíches naturais
10. Cupcake saudável
11. Frutas picadas
12. Cookies caseiros
13. Suco natural
14. Smoothie de fruta
15. Iogurte natural
16. Chips de batata doce
17. Palitinhos de vegetais
18. Bolo de banana integral
19. Mini sanduíches naturais
20. Cupcake saudável

Mayara Ferrari
CRN: 3 /28.843
@mayaraferrarinutri
Nutricionista da Clínica Move

É importante fazer exercício físico depois da cirurgia bariátrica?

Já sabemos que o número de pessoas com obesidade vem aumentando nos últimos anos. O tecido adiposo produz células que induzem a inflamação, e com isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, esses pacientes apresentam uma dificuldade em colocar o açúcar dentro das células, levando ao diabetes.

Hoje em dia, a cirurgia bariátrica é considerada um importante tratamento para os pacientes que não conseguem uma perda significativa do peso corporal com o tratamento medicamentoso e mudança no estilo de vida.
Após 12 meses da cirurgia bariátrica, os pacientes podem ter seu peso corporal reduzido em até 40%. No entanto, a perda de peso não é apenas de tecido adiposo, ocorre também uma importante redução tanto da massa muscular, como da massa óssea. Depois de alguns anos é comum o reganho de peso, fazer com os pacientes não voltem a ganhar peso é um grande desafio para os profissionais da área da saúde. A perda de massa muscular talvez possa contribuir para o ganho de peso desses pacientes, uma vez que o músculo é responsável por uma parcela significativa de gasto energético em repouso.

Em vista disso, a nossa equipe de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, estudou o efeito dos exercícios físicos em grupo de mulheres após três meses da cirurgia bariátrica. Um grupo não realizou exercícios físicos, e o outro grupo participou de um programa de exercícios de força muscular e aeróbios, três vezes por semana por seis meses.

Após três meses da cirurgia, todas as pacientes apresentaram grandes melhoras em fatores de risco como a função dos vasos, inflamação e resistência à insulina. Entretanto, após o período do programa de treinamento, o grupo que não realizou exercícios apresentou importante redução desses benefícios, mesmo mantendo a perda de peso. Algumas pacientes chegaram a apresentar valores de exames similares aos do período anterior à cirurgia, por outro lado, as pacientes que estavam fazendo exercícios físicos mantiveram os exames nos valores normais.
Dessa forma, esse estudo mostrou a importância do exercício físico – uma ferramenta não farmacológica – depois da cirurgia bariátrica, para prevenir a perda dos benefícios que se têm com a cirurgia.

Infelizmente alguns adolescentes -pelo elevado peso corporal- precisam ser submetidos à cirurgia bariátrica. Após os excelentes resultados conseguidos com a prescrição de exercícios físicos depois da cirurgia bariátrica em adultos, nós começaremos a estudar o efeito do exercício físico em adolescentes após a cirurgia bariátrica, e estamos certos de que teremos muito sucesso nos resultados.

Procure o seu médico para saber o momento exato para iniciar os exercícios físicos após a cirurgia bariátrica.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

10 atitudes saudáveis para perda e manutenção de peso

1. Fazer exercícios físicos regularmente. O aumento do gasto energético não ocorre apenas durante o momento em que o exercício está sendo feito, mas permanece mais elevado pelos próximos dois dias. Estudos mostram que, para prevenir o ganho de peso e favorecer a manutenção de peso, a realização de 150-200 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada são suficientes. Para promover a perda de peso, seriam necessários de 225-420 min/semana de exercício de intensidade moderada.

2. Monitorar a alimentação. Faça um diário alimentar, leia os rótulos dos alimentos, observe ingredientes, a composição de macro e micronutrientes e a quantidade calórica da porção que vai consumir.

3. Monitorar o peso. Procure se pesar sempre nas mesmas condições (idealmente pela manhã, logo após acordar e esvaziar a bexiga).

4. Preparar refeições em casa. É importante tentar eliminar alimentos industrializados e fast food, usar menos gordura na preparação dos alimentos, aumentar a ingesta de legumes e verduras.

5. Beber água. Manter-se hidratado reduz a sensação de fome, aumenta a saciedade, e mantém o metabolismo em bom funcionamento.

6. Comer devagar e mastigar bem os alimentos. O ideal é mastigar o alimento de 20 a 30 vezes antes de degluti-lo. Isso melhora a saciedade, permitindo que o paciente se contente com menor quantidade de alimentos em cada refeição.

7. Tomar café da manhã diariamente. Estudos comprovaram que quem toma café da manhã diariamente tem maior chance de manter o peso perdido do que quem não toma.

8. Ter contato frequente e regular com seu médico e nutricionista, para rever os progressos, reavaliar condutas e corrigir erros.

9. Nunca se culpar por recaídas. Elas são normais e não significa falha do tratamento, mas sim um motivo a mais para voltar a se empenhar no tratamento.

10. Procure um médico endocrinologista para ajudá-lo nessas atitudes.

Dra. Mirela Miranda
Endocrinologista da Clínica Move

#clinicamove #vidasaudavel #emagrecimento #endocrinologia

Como emagrecer comendo chocolate?

Parece até um sonho né galera? Mas sim, é possível! E gostaríamos muito que você pensasse com carinho sobre isso! 🍫🍫🍫

𝐌𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦?
Para emagrecer, não tem mais segredos, falamos em todos os posts, você precisa comer menos calorias do que você gasta, ter uma alimentação natural, rica em antioxidantes e antiinflamatórios. Tá, mas o que o chocolate tem a ver com isso?

𝐓𝐮𝐝𝐨!
O chocolate rico em cacau (acima de 70%) é um alimento maravilhoso. Quando olhamos para o fruto cacau nos deparamos com riquíssimos compostos nutricionais, como a procianidina que ajuda no controle da glicemia, a theobromina que é um metabólito da cafeína, deixando você mais ativo para gastar mais energia, e as catequinas que agem diretamente na produção de calor do nosso corpo atráves de estímulos via PGC1alfa que resultam em biogênese mitocondrial, além é claro de ter um sabor delicioso. Nunca vimos uma pessoa sequer fazendo careta quando come chocolate 😊

Ah mas é muito calórico, 𝐯𝐨𝐮 𝐞𝐧𝐠𝐨𝐫𝐝𝐚𝐫!
Não estamos aqui falando para você comer uma barra de chocolate, e sim 2-4 quadradinhos de chocolate de qualidade, rico em cacau, acompanhado de um bom café, aproveitando o momento. Vinte gramas de chocolate 70% (4 quadradinhos, dependendo da marca) tem em média 120kcal, certamente encaixa em qualquer dieta de emagrecimento.

✅ Quer que o chocolate faça parte da sua dieta? 𝐌𝐚𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐮𝐥𝐭𝐚 com um de nossos nutricionistas e conte que leu esse post, que aí não vai ter erro, terá chocolate na sua vida.

Rafael Klosterhoff e Tiemi Saito
Nutricionistas da Clínica Move

Suplementação de Ácido Linoleico Conjugado

Os chamados Ácidos Linoleicos Conjugados (CLAs) são gorduras polinsaturadas encontradas naturalmente em fontes alimentares derivadas dos animais ruminantes, tais como leite de vaca, queijos, carnes, etc. Como o nome já diz, os CLAs têm como característica apresentar em suas cadeias duas duplas ligações conjugadas, que podem estar em diferentes geometrias (cis ou trans) e posições. Existem 28 isômeros identificados até o momento e os dois mais comuns são o 9,11 CLA ou ácido rumênico e o 10,12 CLA.

Os CLAs também podem ser obtidos sinteticamente através da hidrogenação de óleos de cártamo, girassol, de milho e de soja, porém, a proporção entre eles costuma ser próxima de 1:1, enquanto a forma natural de CLA possui 85% de 9,11 CLA e 10% de 10,12 CLA.

Umas das principais ações dos CLAs é reduzir a lipogênese e aumentar a lipólise em modelos animais e em culturas de células e, por isso, ganharam popularidade na indústria de nutracêuticos, no combate à pandemia de obesidade. Contudo, ele apresenta também outras supostas propriedades e hoje focaremos na sua possível ação antitumoral.

Algumas evidências apontam que o consumo de CLA reduz a incidência e a progressão de alguns tipos de câncer em humanos como, por exemplo, um estudo finlandês que mostra associação negativa entre consumo de leite e risco de câncer de cólon e de mama em mulheres, bem como um aumento na concentração de CLA plasmático. Outro estudo mostrou que sujeitos que consumiram 4 ou mais porções de laticínios por dia obtiveram menor risco de desenvolver câncer colorretal. A suplementação de 7.5g de CLA 10 dias antes da cirurgia de remoção tumoral também reduziu a proliferação de células tumorais.

Embora alguns estudos mostrem efeitos positivos da suplementação de CLA em câncer colorretal e mamário, esses efeitos não foram vistos em estudos populacionais realizados na França e nos Estados Unidos, o que torna imprescindível aumentar o número e a qualidade dos estudos sobre esse tema.
Até a próxima.

Dra. Patrícia Campos-Ferraz
Nutricionista da Clínica Move
@dra.patriciacamposferraz

Ref: Hartigh, Laura. Conjugated Linoleic Effects on Cancer, Obesity, and Atherosclerosis: A review of Pre-Clinic and Human Trials with Current Perspectives. Nutrients 2019, 11, 370; doi:10.3390/nu11020370 www.mdpi

PLANT-BASED PROTEINS e qualidade nutricional: é possível ter boa qualidade proteica usando proteínas derivadas de vegetais?

A qualidade de uma proteína é avaliada pela quantidade e proporção dos aminoácidos essenciais ou seja, aqueles aminoácidos que nosso corpo não consegue fabricar, obrigando-o a obter através da dieta. Sabe-se que as proteínas de fontes animais (carne, ovo, leite, soro de leite, etc) têm um perfil amino acídico muito similar à proteína muscular humana e, portanto, fornecem com relativa facilidade os aminoácidos fundamentais para a síntese proteica de uma só vez. As proteínas vegetais, via de regra, não contém a mesma proporção de amino ácidos essenciais que as proteínas de fontes animais.

Nesse quesito um artigo publicado em agosto desse ano pelo grupo do Prof. Luc Van Loon, da Universidade de Maastrich, Holanda, comparou o teor de proteína  e de aminoácidos essenciais de várias fontes vegetais e animais (proteína isolada pronta para consumo humano ou animal) e encontrou resultados bem interessantes. Por exemplo, sabe-se que, para obter máximo perfil de aminoácidos para a síntese proteica muscular, deve-se ingerir 25g whey protein (proteína isolada do soro do leite, contendo 2,7g de leucina). A mesma quantidade de leucina pode ser atingida usando proteínas vegetais, tais como 20g proteína isolada de milho, 33g de proteína isolada de batata, 37g de proteína isolada de arroz integral ou 40g de proteína isolada de soja.  Nesse trabalho, ficou claro que a proteína isolada da batata apresenta um escore de aminoácidos ramificados e uma quantidade de proteína total bastante interessante quanto comparado a outras fontes proteicas como cânhamo, lúpulo, aveia e até mesmo a soja, em alguns aspectos (ver gráficos). E curiosamente, é uma forma de proteína que não se vê muito por aqui.

No entanto, boa parte dessas proteínas vegetais apresenta algum aminoácido essencial deficiente tais como metionina, no caso das leguminosas ou lisina, no caso dos cereais, possibilitando o uso de misturas (blends) nutricionais. Assim, aumentar a quantidade dessas proteínas em 2-4 vezes (o que pode não ser muito prático)  ou misturar proteínas isoladas de milho ou arroz com proteínas isoladas de soja ou ervilha ou microalgas (50% de cada) pode formar proteínas de ótima qualidade com boa sustentabilidade.  Os nutricionistas já sabem disso ao estudar o binômio arroz-com-feijão que caracteriza a alimentação brasileira e já se tornou um clássico!

Contudo, ainda faltam estudos que comprovem a eficácia de uma única dose desses blends na promoção de síntese proteica muscular. Mas, apesar disso, as misturas de proteína vegetal podem ter relevância no alcance das necessidades proteicas compatíveis com diferentes fases do ciclo de vida e treinamento, de forma mais sustentável.

Referência: Gorissen et al, 2018. Amino Acids.  http://doi.org/10.1007/s00726-018-2640-5

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