4 recomendações para evitar ansiedade relacionada à cafeína

A cafeína pode causar ansiedade em adolescentes especialmente quando consumida em doses elevadas ou por indivíduos mais sensíveis aos seus efeitos.

Como a cafeína pode causar ansiedade?

  • Estimulação do sistema nervoso central:
    A cafeína atua como antagonista dos receptores de adenosina, aumentando a liberação de neurotransmissores como dopamina e noradrenalina. Isso pode levar a uma sensação de alerta excessivo, que em alguns casos se manifesta como ansiedade.
  • Doses elevadas:
    Consumos acima de 3 mg/kg de peso corporal podem aumentar o risco de efeitos adversos, incluindo nervosismo, irritabilidade e ansiedade.
  • Sensibilidade individual:
    Alguns jovens podem ser mais sensíveis à cafeína devido a fatores genéticos, idade ou falta de hábito de consumo, o que pode intensificar os sintomas de ansiedade.
  • Interferência no sono:
    A cafeína pode reduzir a qualidade e a duração do sono, o que, por sua vez, pode agravar sintomas de ansiedade e estresse.
  • Recomendações para evitar ansiedade relacionada à cafeína
    • Limitar a dose: consumo máximo de 100mg acima de 12 anos.
    • Evitar consumo excessivo: doses muito altas podem aumentar significativamente o risco de ansiedade.
    • Evitar consumo próximo ao horário de dormir: a cafeína deve ser evitada pelo menos 6 horas antes de dormir para prevenir insônia e seus efeitos sobre o humor.
    • Monitorar sinais de ansiedade: jovens atletas devem estar atentos a sintomas como inquietação, dificuldade de concentração ou sensação de nervosismo após o consumo de cafeína.

Para evitar esses efeitos, é essencial que o consumo seja moderado, individualizado e supervisionado por profissionais médicos e nutricionistas.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício de Esporte da Clínica Move
CRM:57.296
RQE:50442
RQE:47998

Referência: Nutrients 2025, 17, 2194

Riscos associados ao uso de anabolizantes

Os riscos associados ao uso de anabolizantes (esteroides anabolizantes androgênicos, AAS) são múltiplos e afetam diversos sistemas orgânicos. Os efeitos adversos mais relevantes incluem:

Cardiovasculares: aumento da pressão arterial, dislipidemia (elevação de LDL e redução de HDL), remodelamento cardíaco, miocardiopatia, arritmias, aterosclerose acelerada, infarto agudo do miocárdio e morte súbita. Alterações estruturais e funcionais podem persistir após a suspensão do uso.[1][2][3] O American College of Sports Medicine destaca que o uso prolongado pode aumentar o risco de eventos cardíacos graves.[4]

Hepáticos: elevação de transaminases, hepatotoxicidade, colestase, peliose hepática, adenomas e carcinomas hepáticos, especialmente com AAS 17-alfa-alquilados de uso oral.[4][1][5]

Endócrinos e reprodutivos: supressão do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, levando à infertilidade, atrofia testicular, disfunção erétil, ginecomastia em homens e virilização em mulheres (hirsutismo, voz grossa, hipertrofia clitoriana, irregularidades menstruais).[4][6][5]

Psiquiátricos: dependência, alterações de humor (depressão, mania, agressividade, ansiedade), sintomas psicóticos e risco aumentado de suicídio após retirada.[7][4][8][9]

Renais e metabólicos: proteinúria, dano estrutural renal, síndrome metabólica (hipertensão, hipertrigliceridemia, resistência à insulina).[2]

Outros: acne severa, calvície, aumento do risco de infecções por uso de agulhas não esterilizadas (HIV, hepatite B/C), tromboembolismo, alterações cognitivas e comportamentais.[10][4][9]

A gravidade dos efeitos depende da dose, duração e padrão de uso (ex.: “stacking” de múltiplos AAS). Muitos efeitos são potencialmente irreversíveis, especialmente em mulheres e adolescentes.[4] O manejo das complicações é específico para cada órgão afetado e pode exigir abordagem multidisciplinar.

References

  1. Adverse Effects of Anabolic Androgenic Steroid Abuse in Athletes and Physically Active Individuals: A Systematic Review and Meta-Analysis. Mingxing L, Yanfei Y. Substance Use & Misuse. 2025;60(6):873-887. doi:10.1080/10826084.2025.2460986.

  2. Anabolic-Androgen Steroids: A Possible Independent Risk Factor to Cardiovascular, Kidney and Metabolic Syndrome. de Melo Junior AF, Escouto L, Pimpão AB, et al. Toxicology and Applied Pharmacology. 2025;495:117238. doi:10.1016/j.taap.2025.117238.

  3. Anabolic-Androgenic Steroids Among Recreational Athletes and Cardiovascular Risk. Meagher S, Irwig MS, Rao P. Current Opinion in Cardiology. 2025;40(4):221-229. doi:10.1097/HCO.0000000000001235.

  4. Anabolic-Androgenic Steroid Use in Sports, Health, and Society. Bhasin S, Hatfield DL, Hoffman JR, et al. Medicine and Science in Sports and Exercise. 2021;53(8):1778-1794. doi:10.1249/MSS.0000000000002670.

  5. Evaluation of Structural Features of Anabolic-Androgenic Steroids: Entanglement for Organ-Specific Toxicity. Sinha A, Deb VK, Datta A, et al. Steroids. 2024;212:109518. doi:10.1016/j.steroids.2024.109518.

  6. Diagnosis and Management of Anabolic Androgenic Steroid Use. Anawalt BD. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. 2019;104(7):2490-2500. doi:10.1210/jc.2018-01882.

  7. Androgen Abuse: Risks and Adverse Effects in Men. Grant B, Hyams E, Davies R, Minhas S, Jayasena CN. Annals of the New York Academy of Sciences. 2024;1538(1):56-70. doi:10.1111/nyas.15187.

  8. The Health Threat Posed by the Hidden Epidemic of Anabolic Steroid Use and Body Image Disorders Among Young Men. Goldman AL, Pope HG, Bhasin S. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. 2019;104(4):1069-1074. doi:10.1210/jc.2018-01706.

  9. Doping With Anabolic Androgenic Steroids (AAS): Adverse Effects on Non-Reproductive Organs and Functions. Nieschlag E, Vorona E. Reviews in Endocrine & Metabolic Disorders. 2015;16(3):199-211. doi:10.1007/s11154-015-9320-5.

  10. Anabolic-Androgenic Steroids: How Do They Work and What Are the Risks?. Bond P, Smit DL, de Ronde W. Frontiers in Endocrinology. 2022;13:1059473. doi:10.3389/fendo.2022.1059473.

Dra. Fernanda Lima
CRM: 62.333
@‌fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

O que é Hipercifose Dorsal?

É um aumento da curvatura fisiológica da coluna.

Muitas vezes o motivo da alteração é desconhecido, mas deve-se levar em conta fatores genéticos, osteoporese, lesões na cartilagem de crescimento durante a adolescência e alterações posturais e até mesmo o uso de celular por tempo prolongado.

Essa curvatura pode piorar com o passar dos anos e causar de dores nas costas, levar a deformidade permanente na coluna, e dificuldade de manter o corpo ereto. Além disso, a cifose pode comprometer a respiração por diminuir a expansão pulmonar e a flexibilidade da coluna.
É necessário realizar um exame de imagem para verificar o grau da curvatura da coluna, e iniciar o mais precocemente possível o tratamento clínico que inclui fisioterapia com diversas técnicas e exercício físico orientado individualmente para cada paciente.

Para saber se está com hipercifose veja uma foto sua na lateral e observe se a sua orelha está alinhada com o seu ombro.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
CRM: 57.296
@‌analuciadesapinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

Capsulite Adesiva (ombro congelado)

A capsulite adesiva é caracterizada pela inflamação e contratura da cápsula articular do ombro, resultando em dor e significativa perda de mobilidade articular.

É uma condição autolimitada, geralmente dividida em três fases: fase dolorosa, fase de rigidez, e fase de recuperação.

Os pacientes inicialmente relatam dor difusa no ombro, que tende a piorar à noite e com movimentos específicos. Com o tempo, ocorre uma perda da amplitude articular (ombro congelado), especialmente em abdução e rotação externa. A duração de cada fase pode variar, mas o curso completo da doença geralmente se estende de 1 a 3 anos.

O diagnóstico é clínico, baseado na história do paciente e exame físico, que demonstra limitação ativa e passiva dos movimentos do ombro. Exames de imagem, como ressonância magnética ou ultrassonografia, podem auxiliar no diagnóstico e afastam outras patologias do ombro que também cursam com dor.

O manejo da capsulite adesiva foca na redução da dor e na restauração da mobilidade.
As abordagens terapêuticas incluem fisioterapia (que tem um papel fundamental), medicamentos (para controle da dor), injeções intra-articulares de corticoides guiadas por US, bloqueio do nervo supra-escapular e, em casos refratários, a manipulação sob anestesia ou liberação capsular artroscópica.

A tendência atual é focar no tratamento multimodal, com a combinação de terapias conservadoras e intervenções mais invasivas em casos resistentes ao tratamento conservador. O prognóstico é geralmente bom, com a maioria dos pacientes apresentando recuperação funcional ao longo do tempo.

Dra. Fernanda Lima
CRM: 62.333
@‌fefarlima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

Transtornos alimentares em Crianças e Adolescentes

Uma revisão sistemática e metanálise publicada recentemente de 32 estudos, com 63.181 participantes de 16 países diferentes revelou que 22% das crianças e adolescentes apresentam transtornos alimentares. A porcentagem foi ainda maior entre as meninas adolescentes e aquelas com maior índice de massa corpórea.

·         O que estamos fazendo para que as refeições entre familiares e amigos, um momento que deveria ser de prazer e afeto, deixe de ter esse papel?

·         O que estamos fazendo durante as consultas médicas pediátricas para não conseguir orientar os nossos pacientes em relação à importância de uma dieta equilibrada e para tirar o medo que eles têm de ingerir determinados alimentos, como os carboidratos?

·         Por que não conseguimos mostrar para eles que não tem importância comer um doce ou alguma outra coisa gostosa quando estamos com vontade e que não é errado fazer isso?

·         Por que algumas vezes não conseguimos explicar para os pacientes que participam de treinamentos esportivos que, por terem mais músculos, muitas vezes pesam mais que seus amigos que não treinam?

·         Por que não conseguimos ajudá-los a construir uma boa relação com seus corpos, respeitando a individualidade e deixando claro que não tem tamanho, tipo ou peso ideal?

Nós, profissionais da área da saúde, temos uma grande responsabilidade em esclarecer aos nossos pacientes vários conceitos errados que eles nos trazem. É importante abordar todas essas questões durante a consulta para desmistificar padrões de comportamentos e ajudá-los a crescerem e se desenvolverem saudáveis e com mais liberdade.

 

Fonte: JAMA Pediatrics. DOI: 10.1001/jamapediatrics.2022.5848.

 

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto

Pediatra e Médica do Exercício e esporte da Clínica Move

É normal ter reganho de peso depois de emagrecer muito?

As evidências científicas confirmam a inexorável tendência de reganho de peso observada após uma perda significativa e que o seu motivo não é simplista, somente atribuível à perda de motivação ou adesão do paciente (que também são fatores envolvidos), mas é impulsionado por potentes mecanismos biológicos que tendem a estimular o aumento da ingestão calórica e diminuir o gasto de energia. Quando a redução do peso corporal ocorre, a secreção de hormônios orexígenos (que causam fome) no trato gastrointestinal tende a aumentar, enquanto a produção de hormônios anorexígenos (que inibem a fome) decai. A leptina, que é um hormônio expresso no tecido adiposo e tem efeitos anorexígeno e em aumento de gasto energético, tem grande redução após uma perda de peso. Os efeitos combinados desses sinais periféricos ao nível do neurônios hipotalâmicos controlando o peso e o balanço energético causam um aumento da fome e diminuição do gasto energético, criando um substrato favorável para a ação dos mecanismos centrais ligados ao prazer e a recompensa pela comida.

Esse conhecimento é importante para:
👉🏽Entender que a perda de peso nunca é linear; a tendência é perder mais no início e menos ao
passar do tempo e isso não indica falha do tratamento, mas sim uma resposta fisiológica do corpo à perda de peso
👉🏽Quebrar o estigma que o reganho é um efeito rebote da retirada da medicação
👉🏽Entender que a fase de manutenção do peso perdido é um processo tão ativo quanto a de perda e requer o estabelecimento de estratégias efetivas para evitar o reganho (uma delas pode ser a
manutenção da medicação a longo prazo)

‼️É por isso que é importante que os pacientes não se automediquem, procurem o acompanhamento com profissionais capacitados que possam auxiliar adequadamente no tratamento para perda de peso e, também, na manutenção do peso perdido a longo prazo.

Busetto L, Bettini S, Makaronidis J, Roberts CA, Halford JCG, Batterham RL. Mechanisms
of weight regain. Eur J Intern Med. 2021;93:3-7. doi:10.1016/j.ejim.2021.01.002

Dra. Mirela Miranda
CRM: 147.317
@dra .mirelamiranda
Endocrinologista da Clínica Move

A dieta vegetariana interfere no crescimento das crianças?

O número de pessoas interessadas nesse tipo de dieta vem aumentando, e com isso várias perguntas aparecem com relação à adoção dessa dieta pelas crianças. Será que pode ocorrer alguma deficiência nutricional, ou até mesmo o comprometimento do crescimento?

Primeiro vamos lembrar o conceito do vegetarianismo (podem ser incluídos na dieta ovos, leite e derivados) e veganismo (nenhuma proteína de origem animal, e nem mesmo o mel que é um carboidrato de origem animal).
Até agora os estudos publicados apresentaram resultados conflitantes com relação a essas dietas, ou seja, alguns mostraram que a dieta vegetariana interfere de forma negativa no crescimento, e outros mostraram que não tem interferência negativa. Alguns estudos mostraram deficiências nutricionais, como falta de ferro, zinco, vitamina B e proteínas nessas crianças e adolescentes, o que com certeza traria um comprometimento no crescimento e desenvolvimento.

Um artigo publicado esse ano em uma revista americana conceituada (Pediatrics) mostrou alguns resultados interessantes. Os autores acompanharam 8.907 crianças entre 6 meses à 8 anos de idade, incluindo 248 vegetarianas no período de 2008 a 2019. As crianças com doenças crônicas e história de alterações no crescimento foram excluídas. As crianças vegetarianas:

• não tiveram valores baixos de ferro e vitamina D no sangue;
• não tiveram sobrepeso e obesidade;
• tiveram mais baixo peso que as crianças não vegetarianas;
• não apresentaram alterações na velocidade de crescimento;
• não apresentaram alterações clínicas e laboratoriais.

São necessários mais estudos sobre esse tema, uma vez que, cada vez mais as crianças não querem se alimentar de proteínas de origem animal, e os pais e os responsáveis por elas sempre têm duvida com relação à possibilidade dessa dieta.

Importante discutir esse assunto com o pediatra, e junto com a nutricionista adequar individualmente o aporte de calorias e nutrientes para cada criança levando em consideração as diferentes fases de crescimento e grau de atividade física. Dessa forma, conseguimos garantir um crescimento e desenvolvimento saudável para elas.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

Consequências da pandemia para adolescentes com doenças crônicas

Um trabalho do Hospital das Clínicas estudou os hábitos alimentares e o comportamento sedentário em adolescentes portadores de doenças crônicas durante a pandemia de covid-19.
Foram avaliados mais de 347 adolescentes com diversas doenças crônicas que são acompanhados no complexo Hospitalar. Os adolescentes responderam a vários questionários específicos. Os primeiros dados que saíram referiram-se ao tempo sedentário. Abaixo alguns pontos que chamaram a atenção dos pesquisadores:
• Muitos adolescentes reportaram que faziam as suas refeições em frente à TV;
• 87% deles reportaram mais tempo de tela (TV, celulares ou tabletes);
• Mais de 55% relataram passar mais de 6 horas nessas atividades sedentárias.

Os pesquisadores alertaram que: “como esse grupo de pacientes requer distanciamento social mais restrito, é necessário que recebam orientação profissional sobre um estilo de vida saudável durante a pandemia, para que não sofram com uma piora da saúde geral”.

Esse grupo de pacientes com doenças crônicas, muitas vezes, apresenta um maior risco cardiovascular e de ganho de peso. Sendo assim, é muito importante a orientação para esses pacientes com relação ao aumento da atividade física dentro de casa ou quando possível ao ar livre, e a quebra de tempo sedentário.

A quebra de tempo sedentário significa: não fique sentado mais de 1 hora seguida, levante, fique de pé ou ande por alguns minutos!

Entre em contato com o seu médico para uma melhor orientação de como iniciar, ou mesmo, manter os exercícios físicos durante a pandemia.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

 

Como é feito o tratamento não medicamentoso da fibromialgia?

A base do tratamento da fibromialgia são as medidas não medicamentosas, dentre elas:
1) Educação sobre a doença – é importante que o paciente e seus familiares saibam:
• Reconhecer os sinais e sintomas;
• Identificar os fatores de piora e melhora;
• A doença é benigna: não deforma, não afeta a função de órgãos internos, não coloca o paciente em risco de vida;
• A doença apresenta curso crônico não progressivo, com períodos de melhora e piora ao longo do tempo;
• A importância das medidas não medicamentosas.

2) Prática regular de atividade física, se possível associando:
• Exercícios aeróbios como a caminhada, bicicleta, natação, hidroginástica;
• Exercícios de fortalecimento muscular;
• Exercícios de flexibilidade;
• Exercícios neuromotores.

3) Psicoterapia, com ênfase para a terapia cognitivo-comportamental.

4) Higiene do sono.

Se você tem o diagnóstico de Fibromialgia, marque uma consulta com o reumatologista.

Dr. Henrique Ayres
Clínico Geral e Reumatologista da Clínica Move

Pacientes imunodeprimidos fisicamente ativos têm melhor resposta vacinal

Já sabemos que o funcionamento do sistema imune é diminuído em indivíduos idosos, usuários de corticoides e outros moduladores imunológicos, assim como, em obesos. Pensando nisso, pesquisadores da Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina USP avaliaram a segurança e a efetividade da CoronaVac em portadores de doenças reumáticas autoimunes, entre elas artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite psoriásica, vasculite primária e esclerose sistêmica.

Esse estudo não só confirmou a segurança da vacina, como também, mostrou que ela induz uma resposta aceitável, ainda que reduzida, nesse grupo de pacientes. Importante ressaltar que uma resposta vacinal mais fraca era esperada já que grande parte desses pacientes faz uso de medicações que reduzem a atividade do sistema imune.

Estudos anteriores já mostraram que um estilo de vida ativo protege contra o agravamento da COVID-19 e, reduz as internações. Outros estudos já mostraram que a reposta vacinal pode ser diferente entre os indivíduos fisicamente ativos e sedentários. Nesse sentido, os pesquisadores analisaram 898 pacientes imunossuprimidos, e 494 foram classificados como ativos e 404 como inativos. Além disso, participaram 197 voluntários sem doença autoimune (grupo controle), sendo 128 ativos e 69 inativos.

O resultado da análise foi muito interessante porque mostrou que os pacientes imunossuprimidos fisicamente ativos apresentaram uma chance 1,4 vez maior que os inativos de atingir a soroconversão. “Dizendo isso de outra forma: para cada dez pacientes inativos que soroconverteram após a segunda dose da vacina, há 14 pacientes fisicamente ativos que atingiram o mesmo resultado”, explica o Prof. Bruno Gualano.
Os voluntários sem doença autoimune, a chance de soroconversão foi 9,9 vezes maior entre os fisicamente ativos.

Esses resultados reforçam a importância da atividade física na melhor reposta vacinal contra a COVID-19 independentemente de fatores como o uso de imunossupressores.

Procure o seu médico para ter liberação e receber orientação adequada para a prática de atividade física regular.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte