Fraturas Vertebrais por Osteoporose no Brasil

• A osteoporose causa fragilidade dos ossos e aumenta o risco de fraturas. Esse tipo de fratura pode trazer dor, internação, necessidade de procedimentos cirúrgicos, incapacidade física e causa aumento do risco de morte.

• O estudo São Paulo Ageing & Health (SPAH), realizado na Faculdade de Medicina da USP, acompanha uma população de quase 1000 idosos > 65 anos residentes na comunidade do Butantã, em São Paulo, desde 2005.

• Nesse estudo, parte da minha tese de doutorado, verificamos a incidência e os principais fatores de risco para fratura vertebral radiográfica. 707 idosos (449 mulheres e 258 homens) foram avaliados com radiografias de coluna obtidas no início do estudo e após um seguimento médio de 4,3 anos.

• Este foi o primeiro estudo de base populacional a demonstrar a elevada frequência de fratura vertebral em idosos latinos americanos (40,3/1.000 pessoas-ano em mulheres e 30,6/1.000 em homens).

• Idade, fratura anterior, baixa massa óssea na densitometria e taxa de remodelação óssea aumentada foram os principais fatores de risco para fratura vertebral em idosos brasileiros
Esses dados são fundamentais para conhecermos a realidade da osteoporose na nossa população e pensarmos em estratégias de prevenção de fraturas.

Dr. Diogo Domiciano
Clínico Geral e Reumatologista da Clínica Move

Domiciano DS, Machado LG, Lopes JB, Figueiredo CP, Caparbo VF, Takayama L, Oliveira RM, Menezes PR, Pereira RM. Incidence and risk factors for osteoporotic vertebral fracture in low-income community-dwelling elderly: a population-based prospective cohort study in Brazil. The São Paulo Ageing & Health (SPAH) Study. Osteoporos Int. 2014;25(12):2805-15. doi: 10.1007/s00198-014-2821-3).

Consequências da pandemia para adolescentes com doenças crônicas

Um trabalho do Hospital das Clínicas estudou os hábitos alimentares e o comportamento sedentário em adolescentes portadores de doenças crônicas durante a pandemia de covid-19.
Foram avaliados mais de 347 adolescentes com diversas doenças crônicas que são acompanhados no complexo Hospitalar. Os adolescentes responderam a vários questionários específicos. Os primeiros dados que saíram referiram-se ao tempo sedentário. Abaixo alguns pontos que chamaram a atenção dos pesquisadores:
• Muitos adolescentes reportaram que faziam as suas refeições em frente à TV;
• 87% deles reportaram mais tempo de tela (TV, celulares ou tabletes);
• Mais de 55% relataram passar mais de 6 horas nessas atividades sedentárias.

Os pesquisadores alertaram que: “como esse grupo de pacientes requer distanciamento social mais restrito, é necessário que recebam orientação profissional sobre um estilo de vida saudável durante a pandemia, para que não sofram com uma piora da saúde geral”.

Esse grupo de pacientes com doenças crônicas, muitas vezes, apresenta um maior risco cardiovascular e de ganho de peso. Sendo assim, é muito importante a orientação para esses pacientes com relação ao aumento da atividade física dentro de casa ou quando possível ao ar livre, e a quebra de tempo sedentário.

A quebra de tempo sedentário significa: não fique sentado mais de 1 hora seguida, levante, fique de pé ou ande por alguns minutos!

Entre em contato com o seu médico para uma melhor orientação de como iniciar, ou mesmo, manter os exercícios físicos durante a pandemia.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

 

É importante fazer exercício físico depois da cirurgia bariátrica?

Já sabemos que o número de pessoas com obesidade vem aumentando nos últimos anos. O tecido adiposo produz células que induzem a inflamação, e com isso aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, esses pacientes apresentam uma dificuldade em colocar o açúcar dentro das células, levando ao diabetes.

Hoje em dia, a cirurgia bariátrica é considerada um importante tratamento para os pacientes que não conseguem uma perda significativa do peso corporal com o tratamento medicamentoso e mudança no estilo de vida.
Após 12 meses da cirurgia bariátrica, os pacientes podem ter seu peso corporal reduzido em até 40%. No entanto, a perda de peso não é apenas de tecido adiposo, ocorre também uma importante redução tanto da massa muscular, como da massa óssea. Depois de alguns anos é comum o reganho de peso, fazer com os pacientes não voltem a ganhar peso é um grande desafio para os profissionais da área da saúde. A perda de massa muscular talvez possa contribuir para o ganho de peso desses pacientes, uma vez que o músculo é responsável por uma parcela significativa de gasto energético em repouso.

Em vista disso, a nossa equipe de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, estudou o efeito dos exercícios físicos em grupo de mulheres após três meses da cirurgia bariátrica. Um grupo não realizou exercícios físicos, e o outro grupo participou de um programa de exercícios de força muscular e aeróbios, três vezes por semana por seis meses.

Após três meses da cirurgia, todas as pacientes apresentaram grandes melhoras em fatores de risco como a função dos vasos, inflamação e resistência à insulina. Entretanto, após o período do programa de treinamento, o grupo que não realizou exercícios apresentou importante redução desses benefícios, mesmo mantendo a perda de peso. Algumas pacientes chegaram a apresentar valores de exames similares aos do período anterior à cirurgia, por outro lado, as pacientes que estavam fazendo exercícios físicos mantiveram os exames nos valores normais.
Dessa forma, esse estudo mostrou a importância do exercício físico – uma ferramenta não farmacológica – depois da cirurgia bariátrica, para prevenir a perda dos benefícios que se têm com a cirurgia.

Infelizmente alguns adolescentes -pelo elevado peso corporal- precisam ser submetidos à cirurgia bariátrica. Após os excelentes resultados conseguidos com a prescrição de exercícios físicos depois da cirurgia bariátrica em adultos, nós começaremos a estudar o efeito do exercício físico em adolescentes após a cirurgia bariátrica, e estamos certos de que teremos muito sucesso nos resultados.

Procure o seu médico para saber o momento exato para iniciar os exercícios físicos após a cirurgia bariátrica.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte da Clínica Move

O que são Disruptores Endócrinos?

Os disruptores endócrinos (DEs) são substâncias químicas exógenas ou mistura de substâncias químicas, que interferem com qualquer aspecto da ação hormonal.
Pessoas e animais entram em contato com os DEs de várias formas:
• consumo de alimentos e água, através da pele;
• por inalação e pela transferência da mãe para o feto (através da placenta) ou da mãe para o bebê (através da lactação).

A exposição pode ocorrer em casa, no escritório, no campo, no ar que respiramos, nos alimentos que comemos e na água que bebemos.
Das centenas de milhares de substâncias químicas fabricadas, estima-se que cerca de 1000 podem ter propriedades de ação endócrina. Alguns exemplos comuns de DEs incluem:
• DDT e outros pesticidas;
• bisfenol A (BPA) e ftalatos, utilizados em produtos infantis, produtos de higiene pessoal e em recipientes para alimentos.

Além dos DEs conhecidos, suspeita-se da existência de inúmeros DEs ou de substâncias químicas que nunca foram testadas. O mais famoso dos DEs é o bisfenol A, presente em diversos plásticos e embalagens. Em 2011, a ANVISA proibiu a presença desta substância nas mamadeiras, pelo risco que representa para as crianças, mas ela continua presente em latas de refrigerantes e outras embalagens.

Evidências científicas apontam que a exposição aos DEs leva a desequilíbrios hormonais e está relacionada a diversas doenças endócrinas e não-endócrinas em crianças e adultos:
Reprodutivas/endócrinas: puberdade precoce, criptorquidia, hipospádia, câncer de mama, câncer de próstata, endometriose, infertilidade, diabetes, obesidade e distúrbios tireoidianos;
Imunes/autoimunes: suscetibilidade a infecções, doenças autoimunes;
Cardiopulmonares: asma, doenças cardíacas, hipertensão, infarto;
Cerebrais/nervosas: mal de Parkinson, mal de Alzheimer, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dificuldades de aprendizado.

Ainda não se sabe qual a quantidade necessária de disruptores endócrinos para causar danos à saúde humana. Entretanto, estudos apontam que quantidades ínfimas já teriam a capacidade de causar danos. Os primeiros anos de vida, especialmente vida fetal e infância, são um período de muita vulnerabilidade, sendo consideradas as principais janelas temporais de suscetibilidade à influência dos DEs. Desse forma, é de fundamental importância tentar preservar gestantes, crianças e adolescentes da exposição exagerada a essas substâncias.

É praticamente impossível prevenir 100% da exposição, dada a onipresença dessas substâncias no nosso ecossistema, mas medidas práticas constituem:
• Consumir alimentos orgânicos sempre que possível;
• Preferir alimentos da época, que costumam ter menor exposição a agrotóxicos.
• Lavar bem e descascar frutas e vegetais;
• Retirar a gordura visível da carne e a pele do frango antes do preparo (pesticidas podem se acumular nessas estruturas);
• Substituir tábuas e recipientes de plásticos utilizados no preparo e armazenamento de alimentos por tábuas, recipientes e potes de vidro temperado;
• Evitar o uso de pesticidas no ambiente doméstico, escolar e em creches;
• Não aquecer alimentos em recipientes plásticos no micro-ondas. O calor potencializa a transferência de substâncias químicas para os alimentos;
• Evitar a exposição de crianças pequenas a brinquedos e mordedores de plástico.

Dra. Mirela Miranda
Endocrinologista da Clínica Move

Osteosarcopenia – massa óssea e massa magras baixas

Em uma pessoa saudável, músculos e ossos correspondem a 55% da massa corporal. Essa distribuição favorece uma postura adequada e uma boa mobilidade.

A osteosarcopenia é o nome dado pela combinação da baixa massa óssea e da massa magra (músculo). É uma condição de risco típica da população idosa.

Além da perda de massa óssea e muscular, a questão se agrava pois, nesse quadro, a gordura acaba infiltrando a medula óssea e as fibras musculares atrofiadas, mesmo em situações em que a obesidade não está presente. A gordura nesses tecidos é tóxica e afeta o funcionamento normal dos tecidos locais aonde ela se infiltra.

A síndrome decorrente da osteosarcopenia deixa o idoso em uma situação muito grande de fragilidade, aumentando risco de quedas, fraturas e perda da independência funcional e qualidade de vida. como mostra a figura que eu postei, que foi extraída do artigo. Já temos medicações muito eficazes para o tratamento da baixa massa óssea, mas …o mesmo não acontece para massa muscular, por isso é importante buscar estratégias que previnam a perda de massa magra.

Dra. Fernanda Lima
Reumatologista e Médica do Esporte da Clínica Move

 

Será que adianta fazer exercício físico em casa com supervisão remota?

Durante a pandemia, essa maneira de se exercitar ganhou muita força. Mas será que ter um acompanhamento profissional durante o exercício em casa faz diferença?

Pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte – USP fizeram um estudo com mais de 300 voluntários para comparar a efetividade entre 3 tipos de treinos:
◾️ treino presencial com personal trainer;
◾️ treino on-line sem supervisão;
◾️treino com supervisão por vídeo-chamada.

Os dois tipos de aula com supervisão foram as que tiveram maior efeito positivo na saúde física e mental dos participantes.
Os participantes com supervisão por videochamada fizeram pilates, crossfit, yoga, dança e exercícios aeróbios, e registraram maior nível de atividades físicas intensas em comparação aos indivíduos que realizaram treinos sem supervisão profissional.

Os autores acreditam que a presença do profissional para orientar e promover o aumento da intensidade dos exercícios físicos foi fundamental para que as melhorias das capacidades físicas e sintomas mentais fossem observados nesses dois grupos.

Um dado muito interessante desta pesquisa, foi que os indivíduos que fizeram atividades presenciais com o personal trainer, apresentarem um ganho menor quando comparados com os que tiveram a supervisão por vídeo-chamada. Um dos pontos levantados pelos autores foi, que talvez, o uso de máscara nas aulas presenciais pudesse causar algum desconforto, e consequentemente uma menor intensidade durante as atividades. Outro ponto levantado por eles foi uma maior motivação por parte daqueles indivíduos que ficaram em casa, e por isso, não ficaram preocupados com a contaminação por covid-19 e fizeram os exercícios com uma maior intensidade.

De qualquer forma, o estudo mostrou que a prática de atividade física regular, mesmo em casa e com supervisão é suficiente para melhorar o condicionamento físico e a saúde mental durante esse período de pandemia. Essa conclusão é importante porque mesmo depois que tivermos a liberação para as práticas esportivas e de atividades físicas fora de casa pelo fim da pandemia, as pessoas que preferem fazer as atividades em casa, podem permanecer nessa prática porque agora já sabem que também são eficazes para a nossa saúde física e mental.

Procure o seu médico e um professor de educação física para orientá-los sobre a melhor prescrição dos exercícios físicos para você.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
@analuciadesapinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte

Estatinas e dores musculares

Não é incomum ouvirmos que as estatinas (remédios para abaixar o colesterol) são causadoras de dores musculares. Muitas vezes, até mesmo colegas da área de saúde, médicos e não médicos as citam como vilãs. Na área de exercício e esporte, dores musculares, cãimbras e lesões são problemas que nenhum atleta gostaria de ter como efeito colateral de uma medicação.

Pois é, apesar de toda essa crença, recentemente, trabalho realizado com pacientes que haviam interrompido o uso das estatinas por queixas musculares, demonstrou que não houve diferença entre as queixas referidas por eles entre os momentos que usaram placebo e o momento que usaram estatina (nesse estudo – atorvastatina 20mg). O interessante desse estudo foi que os pacientes fizeram vários ciclos aleatórios, de 2 meses de duração, da medicação ou placebo.

Esses achados levantam a questão do efeito nocebo, onde a expectativa pelos efeitos colaterais faz com que os pacientes atribuam suas queixas de dores musculares ao uso das estatinas.

Ora, cai-se por terra que as estatinas não causam sintomas musculares? Não, não cai, essas queixas podem ocorrer, mas não são regra e casos que exigem interrupção da medicação a minoria.

Se você usa a medicação é porque ela está indicada como benéfica ao seu perfil de risco cardiovascular. É para lhe proteger. Por isso:

– Não interrompa a medicação por conta própria. Converse com seu médico caso acredite estar com sintomas que possam estar associados aos efeitos colaterais das estatinas. Ele traçará com você o melhor caminho e lhe dará opções

– Não esqueça de seguir sua planilha, com aumento de volume e intensidade compatíveis com a fase que você se encontra de treinamento, descanse, hidrate-se, alimente-se adequadamente. Todos esses fatores, se não seguidos, podem desencadear dores musculares, lesões e cãimbras.

Ref Errett E et al BMJ 2021;372:n135 | doi: 10.1136/bmj.n135

Dra. Luciana Janot
Cardiologista da Clínica Move

Como é feito o tratamento não medicamentoso da fibromialgia?

A base do tratamento da fibromialgia são as medidas não medicamentosas, dentre elas:
1) Educação sobre a doença – é importante que o paciente e seus familiares saibam:
• Reconhecer os sinais e sintomas;
• Identificar os fatores de piora e melhora;
• A doença é benigna: não deforma, não afeta a função de órgãos internos, não coloca o paciente em risco de vida;
• A doença apresenta curso crônico não progressivo, com períodos de melhora e piora ao longo do tempo;
• A importância das medidas não medicamentosas.

2) Prática regular de atividade física, se possível associando:
• Exercícios aeróbios como a caminhada, bicicleta, natação, hidroginástica;
• Exercícios de fortalecimento muscular;
• Exercícios de flexibilidade;
• Exercícios neuromotores.

3) Psicoterapia, com ênfase para a terapia cognitivo-comportamental.

4) Higiene do sono.

Se você tem o diagnóstico de Fibromialgia, marque uma consulta com o reumatologista.

Dr. Henrique Ayres
Clínico Geral e Reumatologista da Clínica Move

Fatores de Riscos de Lesões na Corrida

Cada vez mais as pessoas buscam hábitos saudáveis de vida (melhorar a saúde, a qualidade do sono, reduzir a massa corporal, diminui risco de osteoporose e melhorar a aptidão física). Muitas delas escolhem a corrida como forma de exercício físico, por ser considerada uma atividade física de baixo custo e fácil de fazer porque não precisamos de um local específico, podemos correr na rua ou no parque.
No treinamento de corrida, o uso excessivo do membro inferior faz com que essa região se torne mais suscetível a lesões como:
• síndrome patelofemoral;
• síndrome do trato iliotibial;
• dor lombar;
• fratura por estresse e canelite (dor na canela);
• fasciite (dor na “sola” do pé).
Vários estudos foram realizados para determinar possíveis fatores de risco para lesões em corredores. Há dois tipos principais de fatores de risco de lesões musculoesqueléticas:
1- fatores intrínsecos (biomecânica, genu valgo, diferença de comprimento das pernas, sono, nutrição, idade, lesões prévias e gênero);

2- fatores extrínsecos (relacionados às características do treinamento ou equipamentos).
Para prevenir o aparecimento de lesões é importante realizar, previamente, uma avaliação biomecânica da corrida. Nessa avaliação o fisioterapeuta avalia e detecta alterações no gesto esportivo que podem estar associados as lesões ostemioarticulares. Dessa forma a correção auxilia no tratamento, previne novas lesões e otimiza a performance do atleta. Essa avaliação irá programar exercícios educativos para:
• evitar movimentos compensatórios;
• adequar o passo de corrida;
• ajustar o posicionamento do centro de gravidade (se o corpo está inclinado para frente; para trás, ou para um dos lados;
• minimizar o movimento excessivo dos quadris na hora de correr;
• orientar a posição do joelho e dos pés, entre outros tópicos.
A avaliação biomecânica da corrida é relevante não só para os praticantes de corrida, mas também para a correção da marcha para o dia a dia, e todas as outras modalidades que a corrida também faz parte como o futebol, handebol e basquete.

Bárbara Hossni Espinhel
Fisioterapeuta da Clínica Move

 

Pacientes imunodeprimidos fisicamente ativos têm melhor resposta vacinal

Já sabemos que o funcionamento do sistema imune é diminuído em indivíduos idosos, usuários de corticoides e outros moduladores imunológicos, assim como, em obesos. Pensando nisso, pesquisadores da Disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina USP avaliaram a segurança e a efetividade da CoronaVac em portadores de doenças reumáticas autoimunes, entre elas artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, artrite psoriásica, vasculite primária e esclerose sistêmica.

Esse estudo não só confirmou a segurança da vacina, como também, mostrou que ela induz uma resposta aceitável, ainda que reduzida, nesse grupo de pacientes. Importante ressaltar que uma resposta vacinal mais fraca era esperada já que grande parte desses pacientes faz uso de medicações que reduzem a atividade do sistema imune.

Estudos anteriores já mostraram que um estilo de vida ativo protege contra o agravamento da COVID-19 e, reduz as internações. Outros estudos já mostraram que a reposta vacinal pode ser diferente entre os indivíduos fisicamente ativos e sedentários. Nesse sentido, os pesquisadores analisaram 898 pacientes imunossuprimidos, e 494 foram classificados como ativos e 404 como inativos. Além disso, participaram 197 voluntários sem doença autoimune (grupo controle), sendo 128 ativos e 69 inativos.

O resultado da análise foi muito interessante porque mostrou que os pacientes imunossuprimidos fisicamente ativos apresentaram uma chance 1,4 vez maior que os inativos de atingir a soroconversão. “Dizendo isso de outra forma: para cada dez pacientes inativos que soroconverteram após a segunda dose da vacina, há 14 pacientes fisicamente ativos que atingiram o mesmo resultado”, explica o Prof. Bruno Gualano.
Os voluntários sem doença autoimune, a chance de soroconversão foi 9,9 vezes maior entre os fisicamente ativos.

Esses resultados reforçam a importância da atividade física na melhor reposta vacinal contra a COVID-19 independentemente de fatores como o uso de imunossupressores.

Procure o seu médico para ter liberação e receber orientação adequada para a prática de atividade física regular.

Dra. Ana Lucia de Sá Pinto
Pediatra e Médica do Exercício e Esporte